Primeiramente, gostaria de pedir desculpa aos possíveis leitores pela ausência. Eu voltei à faculdade esse semestre e está um pouco difícil arrumar tempo para assistir a filmes e escrever. Mas acredito que seja apenas uma questão de adaptação à nova rotina. Tentarei manter o blog sempre atualizado com críticas, notícias, vídeos e quaisquer outras coisas relacionadas ao horror. Sem mais desculpas, aí vai meu comentário sobre O Lobisomem:
No final do século XIX, na Inglaterra vitoriana, Lawrence Talbot recebe uma carta da esposa de seu irmão, com um pedido: seu marido desapareceu e ela necessita da ajuda do cunhado para procurá-lo. Lawrence retorna à casa do pai, lugar que não freqüentava desde que presenciara a estranha morte da mãe. Lá, descobre que, durante a viagem, seu irmão foi encontrado morto, assassinado por uma terrível besta, pela qual Lawrence também é atacado, mas consegue sobreviver. Uma cigana revela que ele sofre agora de uma maldição da qual só a mulher amada pode livrá-lo.
Comum em tramas que exploram o folclore dos lobisomens, logo de início percebe-se o contraste entre a suposta ignorância provinciana e o soberbo e racional comportamento metropolitano, que consiste em desconsiderar hipóteses sobrenaturais. Aspecto pertinente, já que a maioria das lendas que povoam o imaginário infantil e adulto são originadas de pequenos centros rurais. Hugo Weaving representa um arrogante detetive vindo da capital, que, como todos os outros personagens da trama, são superficiais e caricatos. A atuação de Benicio del Toro (que, ironicamente, interpreta um respeitado ator shakespeariano) parece um arremedo da performance de Lon Chaney Jr. em O Lobisomem (1941), que já não era das melhores. Anthony Hopkins repete o papel cada vez mais comum de velho astuto e impassível que interpreta desde a sua marcante participação em O Silêncio dos Inocentes (1991).
A geral falta de ambição do enredo e as soluções simplórias escolhidas para diversas situações são típicas de alguns filmes infanto-juvenis ruins. Até mesmo a ambientação em Londres do período vitoriano, cujo apelo poderia ser um grande atrativo, possui caráter meramente ilustrativo, apenas icônico. As tentativas de momentos climáticos são mínimas, o que torna difícil provocar emoções como suspense ou medo, sendo mais comuns apenas alguns covardes sustos provocados pela trilha sonora.
Para o fã do gore, a diversão é garantida. Os efeitos computadorizados e a maquiagem realista de Rick Baker tornam possível um lobisomem convincente, de formas mais humanas, mais parecidas com a caracterização de Chaney Jr. do que com o monstro que lhe rendeu um Oscar, em Um Lobisomem Americano em Londres (1981).
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Que maravilha, enfim de volta à ativa! \o/ Adorei o texto, bem fluente e crítico, mas tenho que dizer que ainda não vi o filme. Não está entre as minhas prioridades, mas certamente o verei assim que ele aparecer num formato acessível, já que ando longe das telas de cinema. Espero poder ler mais críticas suas o quanto antes!
ResponderExcluirGostaria de dizer que assisti e gostei desta versão. E para mim foi melhor do que eu esperava. Se formos fazer uma análise profunda de tudo quanto andou pululando por aqui últimamente no gênero, creio que esta versão passa direto acima da média. Diante do que li aqui sobre o filme, devo salientar que a interpretação de Lon Chaney no original não poderia ser melhor dentro dos parâmetros da história de Curt Siodmak e, quanto a Del Toro, acho que não se saiu tão mal como vi em outras críticas por aí. Com a atual fome canina da mídia por retorno monetário no cinema de horror, afirmo que este filme até que preencheu os quesitos em tudo, e a ambientação não poderia ser melhor, levando-se em conta que o original não se passa nem um minuto em Londres e tampouco na era vitoriana. Achei também que o roteiro atual, ainda que tenha caído para o ilustrativo com a cidade em meio na noite, deu um toque a mais. Para encerrar minha tagarelice, digo que fica entre os três melhores filmes com a temática "lobisomem" dos anos 80 para cá. E fico feliz que eu não seja o único a ver isso, pois muitos críticos aqui e lá fora concordam.
ResponderExcluiroi, Bia! assisti a esse filme e concordo integralmente com você. parabéns pelo texto!
ResponderExcluirOi, Laura! Fico honradíssima de tê-la por aqui!
ResponderExcluirGrande abraço.