Esta noite minha família me convidou para assistir [REC] ²: Possuídos. Chegando ao cinema, fiquei animada em saber que a sessão estava lotada (na era do download, em que todo mundo só quer se dar bem, qualquer demonstração de interesse do público - ainda mais em relação a um filme espanhol e de horror - me deixa contente). Mas, ao adentrar a sala, logo percebi o terror que me esperava: uma multidão de adolescentes ocupava as poltronas.

Eu sei que muitos de vocês já ouviram desabafos desse tipo. Muitos de vocês, inclusive, publicaram desabafos desse tipo. Mas, enquanto houver adolescentes mal-educados freqüentando o cinema e ninguém para controlá-los, haverá desabafos desse tipo.
Voltando à história, eu estava num cenário completamente aterrorizante (desculpem-me pelos trocadilhos bobos, eu não consigo evitá-los), cercada de adolescentes por todos os lados. Sim, aquelas criaturinhas com espinha no rosto e gel no cabelo, que riem de nervosismo a cada susto que levam, e gritam para todo mundo ouvir comentários do tipo “car*lho!”. Este é o nível dos nossos amiguinhos. Mamães, lavem a boca de seus filhos com sabão e só soltem-nos no mundo depois de aprenderem a agir como gente em locais públicos.
Continuando: como se não fosse suficiente, essas criaturinhas tagarelavam, revelando sua incapacidade de se comportar num ambiente em que a boa-educação é a única coisa que se exige delas. Conversavam em alto e bom som com amigos que estavam a poltronas de distância, como se o centro do mundo fosse o seu próprio umbigo. Uma menina, entediada, batia no chão com o salto de madeira. Outros, na tentativa de se destacar entre os demais, arriscavam fazer piadas, sem sucesso. E isso se repetiu durante toda a metragem.

[REC] ²: Possuídos, apesar de ter perdido um pouco do impacto naquele contexto repugnante, é uma boa seqüência. Vale-se de algumas surpresas e dá prosseguimento à questão sobre a origem da infecção, apresentada no final do primeiro filme; com um padre infiltrado no prédio, estabelecendo um combate clássico entre o exorcista e os possuídos. Um grupo de adolescentes é inserido de maneira convincente na trama, à qual dá um aspecto de novidade e fornece personagens para que o público-alvo se identifique e possa torcer a favor.
Preciso dizer que, após minha desgostosa experiência, torci contra?