domingo, 14 de março de 2010

O Lobisomem (2010)

Primeiramente, gostaria de pedir desculpa aos possíveis leitores pela ausência. Eu voltei à faculdade esse semestre e está um pouco difícil arrumar tempo para assistir a filmes e escrever. Mas acredito que seja apenas uma questão de adaptação à nova rotina. Tentarei manter o blog sempre atualizado com críticas, notícias, vídeos e quaisquer outras coisas relacionadas ao horror. Sem mais desculpas, aí vai meu comentário sobre O Lobisomem:

No final do século XIX, na Inglaterra vitoriana, Lawrence Talbot recebe uma carta da esposa de seu irmão, com um pedido: seu marido desapareceu e ela necessita da ajuda do cunhado para procurá-lo. Lawrence retorna à casa do pai, lugar que não freqüentava desde que presenciara a estranha morte da mãe. Lá, descobre que, durante a viagem, seu irmão foi encontrado morto, assassinado por uma terrível besta, pela qual Lawrence também é atacado, mas consegue sobreviver. Uma cigana revela que ele sofre agora de uma maldição da qual só a mulher amada pode livrá-lo.



Comum em tramas que exploram o folclore dos lobisomens, logo de início percebe-se o contraste entre a suposta ignorância provinciana e o soberbo e racional comportamento metropolitano, que consiste em desconsiderar hipóteses sobrenaturais. Aspecto pertinente, já que a maioria das lendas que povoam o imaginário infantil e adulto são originadas de pequenos centros rurais. Hugo Weaving representa um arrogante detetive vindo da capital, que, como todos os outros personagens da trama, são superficiais e caricatos. A atuação de Benicio del Toro (que, ironicamente, interpreta um respeitado ator shakespeariano) parece um arremedo da performance de Lon Chaney Jr. em O Lobisomem (1941), que já não era das melhores. Anthony Hopkins repete o papel cada vez mais comum de velho astuto e impassível que interpreta desde a sua marcante participação em O Silêncio dos Inocentes (1991).

A geral falta de ambição do enredo e as soluções simplórias escolhidas para diversas situações são típicas de alguns filmes infanto-juvenis ruins. Até mesmo a ambientação em Londres do período vitoriano, cujo apelo poderia ser um grande atrativo, possui caráter meramente ilustrativo, apenas icônico. As tentativas de momentos climáticos são mínimas, o que torna difícil provocar emoções como suspense ou medo, sendo mais comuns apenas alguns covardes sustos provocados pela trilha sonora.

Para o fã do gore, a diversão é garantida. Os efeitos computadorizados e a maquiagem realista de Rick Baker tornam possível um lobisomem convincente, de formas mais humanas, mais parecidas com a caracterização de Chaney Jr. do que com o monstro que lhe rendeu um Oscar, em Um Lobisomem Americano em Londres (1981).

sábado, 13 de março de 2010

Fantaspoa 2010: comunicado sobre três diferentes assuntos

Prezados,

Daqui a quatro meses estará ocorrendo o VI Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre. Em virtude disso, estamos enviando o seguinte e-mail para tratar de três assuntos: (1) a submissão de curtas-metragens para seleção; (2) a programação do festival de 2010; e (3) a continuidade do festival após o ano de 2010.

(1) Inscrições Abertas para curtas-metragens:

O Fantaspoa está com inscrições abertas para a mostra competitiva de curtas-metragens. As inscrições vão até o dia 15 de abril. Podem ser submetidos filmes realizados após 2006 e dos gêneros fantasia, ficção-científica, horror e suspense. Para maiores informações, entre em contato pelo e-mail fantaspoa@fantaspoa.com

(2) A Programação do Festival de 2010:

Aqueles que acompanham o evento se surpreenderão com a programação que iremos apresentar em 2010. A Competição Internacional contará com uma série de títulos de grande importância que vem marcando presença em alguns dos mais importantes festivais de cinema do mundo (de gênero fantástico ou não). Uma maior diversidade de gêneros estará presente, assim como de países. As mostras paralelas serão bem variadas e o que podemos adiantar é a presença do renomado diretor italiano Luigi Cozzi. Entre os dias 06 e 09 de julho, ele fará uma série de palestras. Cozzi dirigiu mais de 15 longas-metragens (dentre eles, “Starcrash”, “Alien Contamination” e “Paganini Horror”) e trabalhou com atores como David Hasselhoff, Caroline Munro, Lou Ferrigno, Klaus Kinski e Donald Pleasence. Também escreveu roteiros de filmes realizados por colegas talentosos, como Dario Argento, Lamberto Bava e Joe D’Amato. Dentre uma série de outras mostras, o VI Fantaspoa exibirá uma mostra retrospectiva do trabalho de Luigi, contendo 12 de suas obras.

E o ponto principal:

(3) A Continuidade do Festival após o Ano de 2010:

Inicialmente queremos esclarecer que sabemos que algumas pessoas não apreciam o nosso festival, seja pelos filmes que exibimos, ou pelo fato de exibirmos a maioria dos filmes em DVD e em Blu-Ray. Somente queríamos deixá-los a par do fato que recentemente fizemos um levantamento de custos para podermos trazer filmes em 35 MM esse ano. Como nenhum dos filmes que exibimos possui cópias no Brasil, a média de frete (ida e volta) da Europa e EUA, é de aproximadamente R$10.000,00 POR filme. Além disso, existe a cobrança de taxas para exibição de uma série de filmes. Por exemplo, poderíamos exibir um dos filmes vencedores do festival de Cannes esse ano e, além do valor do frete, teríamos que pagar uma fee (taxa de exibição) de R$2.500,00.

Já lemos em diversos sites e blogs reclamações sobre a nossa programação e que deveríamos trazer uma série de filmes, dentre os quais podemos citar somente alguns: Martyrs, The Children, Frontier(s), Dead Snow, ZMD e Must Love Death. O que as pessoas não sabem é que nós TENTAMOS trazer cada um desses filmes e todos se enquadram no caso acima. Ou seja, além de uma fee exorbitante, a obrigatoriedade da exibição em película.

Para aqueles que conhecem mais de perto o nosso evento sabem que realizamos o mesmo com auto-investimento e que o nosso orçamento total gira em torno de R$25.000,00 e que, portanto, pagar fees de R$2.500,00 ou trazer filmes em outras mídias se tornam inviável. Além disso, as salas que utilizamos não possuem projetores de HDCam nem Digibeta. Além do valor que investimos a fundo perdido, temos todo o trabalho de produzir o festival, selecionar e legendar cada um dos filmes. Nós não temos nenhum apoiador/patrocinador, público ou privado que cubra os gastos do festival e os mesmos se tornaram altos demais para continuarmos com o projeto.

Estamos tentando aprimorar o nosso evento, apesar da dificuldade de receber qualquer apoio e patrocínio realmente significativo. Pelo segundo ano estamos inscritos na Lei Rouanet e apesar de contatarmos uma série de empresas, não estamos conseguindo nenhum tipo de apoio.

Se por acaso você conhece alguma empresa que possa nos apoiar, peço que nos passem o contato do responsável, para que possamos enviar o nosso projeto para eles. Um evento independente, que em uma cidade como Porto Alegre, nas salas do centro, leva 6.000 espectadores ao cinema ao longo de somente dezoito dias não deveria simplesmente deixar de existir. E infelizmente isso acontecerá caso a situação não mude em 2010.

Nós realmente precisamos de apoio urgente para que o festival não seja cancelado, e o apoio necessário é financeiro. Você pode ajudar publicando essa mensagem em seu site, blog ou enviando para os amigos.

João Pedro Fleck e Nicolas Tonsho
Blog do Fantaspoa.