sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Fantaspoa: curtas-metragens de animação

Repetindo o sucesso da sessão inaugural, o público novamente compareceu em grande número ao segundo dia do Fantaspoa. Ao preço de R$ 2,00 por sessão, os espectadores puderam conferir 36 curtas-metragens de animação, sendo oito deles brasileiros.

Freqüentemente estigmatizados como limitados e infantis, os curtas de animação integraram todo um dia da programação do festival e revelaram, em sua maioria, uma faceta bem diferente daquela preconceituosa.

Muitos dos títulos exibidos versam sobre temas que sempre afligiram o ser humano, como, entre outros, o amor e a morte. O exemplar brasileiro A Última Noite, de Guilherme Rezende (2008) e o espanhol The Lady and the Reaper, de Javier Recio Gracia (2009), são ótimos exemplares que unem ambos os temas, em uma abordagem bem-humorada. No primeiro, um casal de defuntos desfruta de um jantar romântico no cemitério e, no segundo, uma senhora deseja morrer para reencontrar o falecido marido, mas suas tentativas são frustradas por um jovem médico exibido, que insiste em salvá-la.

Entre os títulos estavam ainda Josué e o Pé de Macaxeira (2009), de Diogo Viegas, escolhido pelo júri popular como Melhor Animação Brasileira no Anima Mundi e O Jumento Santo na Cidade que Se Acabou Antes de Começar, de Leo D. e William Paiva (2006); ambas, simpáticas histórias de temática nordestina.

Diversas técnicas de animação foram empregadas nos curtas exibidos ao longo do sábado, da animação tradicional à digital, em terceira dimensão, além de stop-motion e outras. Os diretores britânicos Ben Richardson e Daniel Bird utilizaram desta última na criação do perturbador Seed (2009), que faz através dos personagens de um ovo e uma maçã que disputam por transmissões de rádio uma metáfora para a sobrevivência. Outro curta marcante, o alemão Hybris (2009), de Florian Schnell, Martin Minsel e Patrick Müller, mescla diversas técnicas, como rotoscopia, pixilation e filmagens reais, obtendo impressionantes texturas, de encher os olhos dos espectadores mais exigentes.

Beatriz Saldanha
Para o blog do Fantaspoa

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