terça-feira, 7 de setembro de 2010

Desabafo sobre adolescentes no cinema em um breve comentário sobre [REC] ²: Possuídos

O cinema, além de ser o objeto do meu estudo, é o meu entretenimento favorito. Não vou com muita freqüência ao cinema, pois, apesar de morar em uma das maiores cidades do país, a programação dificilmente varia. E acredito que, depois da experiência de hoje, minhas idas serão ainda menos freqüentes.

Esta noite minha família me convidou para assistir [REC] ²: Possuídos. Chegando ao cinema, fiquei animada em saber que a sessão estava lotada (na era do download, em que todo mundo só quer se dar bem, qualquer demonstração de interesse do público - ainda mais em relação a um filme espanhol e de horror - me deixa contente). Mas, ao adentrar a sala, logo percebi o terror que me esperava: uma multidão de adolescentes ocupava as poltronas.



"Mamãe, eu vou atazanar as pessoas no cinema e já volto!"


Eu sei que muitos de vocês já ouviram desabafos desse tipo. Muitos de vocês, inclusive, publicaram desabafos desse tipo. Mas, enquanto houver adolescentes mal-educados freqüentando o cinema e ninguém para controlá-los, haverá desabafos desse tipo.

Voltando à história, eu estava num cenário completamente aterrorizante (desculpem-me pelos trocadilhos bobos, eu não consigo evitá-los), cercada de adolescentes por todos os lados. Sim, aquelas criaturinhas com espinha no rosto e gel no cabelo, que riem de nervosismo a cada susto que levam, e gritam para todo mundo ouvir comentários do tipo “car*lho!”. Este é o nível dos nossos amiguinhos. Mamães, lavem a boca de seus filhos com sabão e só soltem-nos no mundo depois de aprenderem a agir como gente em locais públicos.

Continuando: como se não fosse suficiente, essas criaturinhas tagarelavam, revelando sua incapacidade de se comportar num ambiente em que a boa-educação é a única coisa que se exige delas. Conversavam em alto e bom som com amigos que estavam a poltronas de distância, como se o centro do mundo fosse o seu próprio umbigo. Uma menina, entediada, batia no chão com o salto de madeira. Outros, na tentativa de se destacar entre os demais, arriscavam fazer piadas, sem sucesso. E isso se repetiu durante toda a metragem.



[REC] ²: Possuídos, apesar de ter perdido um pouco do impacto naquele contexto repugnante, é uma boa seqüência. Vale-se de algumas surpresas e dá prosseguimento à questão sobre a origem da infecção, apresentada no final do primeiro filme; com um padre infiltrado no prédio, estabelecendo um combate clássico entre o exorcista e os possuídos. Um grupo de adolescentes é inserido de maneira convincente na trama, à qual dá um aspecto de novidade e fornece personagens para que o público-alvo se identifique e possa torcer a favor.

Preciso dizer que, após minha desgostosa experiência, torci contra?