tag:blogger.com,1999:blog-49072663896568683832024-02-19T09:34:21.023-03:00Cinema Gato PretoBeatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-16134356345734841232012-10-29T00:50:00.000-03:002012-10-29T16:27:47.781-03:00Possessão (The Possession, 2012)O demônio e a possessão demoníaca foram algumas das temáticas mais abordadas no cinema de horror da década de 1970, com lançamentos planejados na onda<i> O exorcista</i> (1973), de William Friedkin, sucesso até hoje lembrado como uma das maiores histórias de horror de todos os tempos. O filme impulsionou uma série de produções semelhantes, bem como continuações e sátiras pelo mundo inteiro. Após algum tempo sendo abordado de maneira tímida em alguns títulos menores, o tema parece estar de volta com tudo, com pelo menos um exemplar de destaque a partir de 2005, quando estreou <i>O exorcismo de Emily Rose</i>.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIlku2L_aJ4VPqKZVuOknFAgn44i44T67UaIs1o8d_sLYZmgy7gsftyYDR64JuOSgOaZpM4zg4pBo_0jdHq0KkUBBHEXiUWQaJyMk1Kr8ZhqXhKoA4rF4iHV2kKQ7NeoJ1IH8Jpheg9po/s1600/Possession3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIlku2L_aJ4VPqKZVuOknFAgn44i44T67UaIs1o8d_sLYZmgy7gsftyYDR64JuOSgOaZpM4zg4pBo_0jdHq0KkUBBHEXiUWQaJyMk1Kr8ZhqXhKoA4rF4iHV2kKQ7NeoJ1IH8Jpheg9po/s400/Possession3.jpg" width="400" /></a></div>
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Em <i>Possessão</i>, um casal em processo de separação vê uma de suas filhas, Em (Natasha Calis) agir de modo estranho ao entrar em contato com uma velha caixa de madeira adquirida em uma venda de jardim. A menina parece estar sempre fora de si e nela desponta um comportamento agressivo. O pai acredita tratar-se de um evento sobrenatural e procura a ajuda dos membros de uma comunidade judaica. E aí está um dos destaques de <i>Possessão</i>: a maioria dos filmes sobre o assunto o desenvolve sob a perspectiva católica, enquanto que este traz uma abordagem judaica, abrangendo o tema desde a origem da crença, de acordo com seu folclore, até os rituais de exorcismo.<br />
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Produzido por Sam Raimi, grande nome do cinema de gênero, e dirigido por Ole Bornedal, cineasta dinamarquês de <i>O principal suspeito</i> (1997), <i>Possessão</i> gerou grande expectativa entre os aficionados, mas não cumpriu a promessa. O filme demora bastante a engrenar e, quando finalmente o faz, deslancha numa conclusão pra lá de desinteressante. As cenas mais intensas são frequentemente abortadas de maneira brusca, deixando a impressão de que as vimos apenas pela metade.<br />
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<i>Possessão</i> tem uma característica que é recorrente nos filmes de terror: o mal manifestado dentro do núcleo familiar. Aqui, a possessão se relaciona com o desmoronamento da família, simbolizado pelo divórcio dos pais, por sua vez causado pela ambição exacerbada do pai, que prioriza a ascensão na carreira e deixa esposa e filhas em segundo plano. O divórcio, muitas vezes, é o agente provocador de uma série de traumas nos filhos, e a possessão pode ser uma maneira simbólica da personagem Em externá-los. Talvez assim justifique-se o descaso com a criação de cenas climáticas, de medo, e o enfoque em cenas dramáticas, o que faz com que <i>Possessão</i> funcione como drama familiar, mas falhe como filme de horror.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-22645114566411864042012-10-26T18:00:00.000-03:002012-10-29T00:53:56.664-03:00A Entidade (Sinister, 2012)Em <i>A entidade</i>, novo filme de Scott Derrickson, Ethan Hawke interpreta Ellison Oswalt, escritor de livros sensacionalistas sobre crimes reais que vive à sombra de um antigo sucesso. Disposto a tudo para conseguir emplacar novamente, ele se muda com a esposa e os dois filhos para uma casa na qual os antigos inquilinos foram assassinados. O escritor imerge no caso quando descobre em seu porão uma série de filmes caseiros feitos em super 8 que registram o assassinato de várias famílias e Oswalt decide investigar para encontrar o ponto em comum entre eles.
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgle4BgQxZzsgug1AL7kVCW8-kyzDdpswOuF4toV2nqZRhjKYnsYGOvXgfhhJH11PvVZVtomEMmvy5SpdhyfhOvUr7Nz0V9vh1A_nPySzKzW6SeykZu0j3ob7oQSeeo92dK0LeuZrgOklk/s1600/Sinister2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgle4BgQxZzsgug1AL7kVCW8-kyzDdpswOuF4toV2nqZRhjKYnsYGOvXgfhhJH11PvVZVtomEMmvy5SpdhyfhOvUr7Nz0V9vh1A_nPySzKzW6SeykZu0j3ob7oQSeeo92dK0LeuZrgOklk/s400/Sinister2.jpg" width="400" /></a></div>
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Derrickson estreou no longa-metragem com <i>Hellraiser: Inferno</i> (2000), filme lançado diretamente em vídeo para a franquia de Clive Barker. Cinco anos mais tarde, realizou um dos filmes mais impactantes sobre a temática da possessão demoníaca, <i>O exorcismo de Emily Rose</i>, em que revelou sua capacidade não apenas de criar cenas intensamente assustadoras, mas de fazer horror inteligente.
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDHu1iDKCe-Q5h_eTUNps3svMAZ8XQkBb9IgVLbUxpX4YLXKuJf5DreB1TXVfjXbpju_1eak5ryNgnWhMMt_DxJtOO7Q4YQt_ukuuPM41qhqxexWFovDKYDH6UXyKv30bsrmLjYHSUmpc/s1600/Alerta+de+spoiler.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDHu1iDKCe-Q5h_eTUNps3svMAZ8XQkBb9IgVLbUxpX4YLXKuJf5DreB1TXVfjXbpju_1eak5ryNgnWhMMt_DxJtOO7Q4YQt_ukuuPM41qhqxexWFovDKYDH6UXyKv30bsrmLjYHSUmpc/s200/Alerta+de+spoiler.jpg" width="200" /></a></div>
<i>A entidade</i> não fica atrás. Possui muitas características das produções de horror tradicionais, afinal, faz parte do gênero e aceita sem traumas alguns de seus clichês, mas o que faz do filme especial é a subversão de outros lugares-comuns. Em certo momento, um policial sugere que todo o terror que o escritor tem vivido pode tratar-se, simplesmente, de alucinações, visto que tem sofrido estresse pela pressão de escrever um novo sucesso e anda sempre com um copo de uísque nas mãos. Essa possibilidade é contrariada com uma conclusão chocante a maneira de <i>Home movie </i>(2008) – horror independente de Christopher Denham – e que livra <i>A entidade</i> de ser mais um <i>Terror em Amityville</i> (1979).<br />
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Apesar de seguir em parte a cartilha dos clássicos, <i>A entidade</i> se mantém atual ao dialogar com as produções do horror contemporâneo que trazem a violência como atração principal. Faz isto através dos filmes em super 8 assistidos pelo personagem do escritor, em que famílias são exterminadas de forma inventiva e cruel nos moldes do subgênero de tortura que, nos últimos anos, predominou entre os lançamentos de horror. As fitas caseiras em super 8 agregam ainda o caráter de realismo, aspecto bastante valorizado nas produções atuais.<br />
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Associada aos macabros filmes caseiros a impressionante trilha sonora de Christopher Young confere um bocado de estranheza com seus elementos tribais e ruídos que se assemelham a sussurros infantis. Outro destaque que faz de <i>A entidade</i> um clássico instantâneo é o “monstro”, a entidade. Discreta e misteriosa, a figura de que pouco se sabe trouxe o medo de volta às telas.
Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-43415889471007022022012-04-11T03:01:00.006-03:002012-04-11T03:15:32.076-03:00Xingu (2012)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiriOk13KT6kZnKk15coFXzNC6UjxQ53rVmbpVdzDndDRyPBxUEtirirVVuyvO2ELFXlSxqqWLhZKxoSDVZpah_bXW1gpxh6LJa2ARL4lTzMjhFkqnOdKHQZ1kybHhK5d1efP1hiobwwR4/s1600/Cartaz_Xingu_O_Filme-Peq.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 218px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiriOk13KT6kZnKk15coFXzNC6UjxQ53rVmbpVdzDndDRyPBxUEtirirVVuyvO2ELFXlSxqqWLhZKxoSDVZpah_bXW1gpxh6LJa2ARL4lTzMjhFkqnOdKHQZ1kybHhK5d1efP1hiobwwR4/s320/Cartaz_Xingu_O_Filme-Peq.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5730020580973162994" /></a><span style="font-style:italic;">Xingu</span> (2012) é baseado na história dos irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas-Bôas (respectivamente, João Miguel, Felipe Camargo e Caio Blat). Segundo a narrativa, os irmãos, na década de 1940, buscavam aventuras e candidataram-se para desbravar terras brasileiras até então desconhecidas pelo homem branco. Os três são aceitos na expedição e logo se veem no comando. O grupo cruza em seu caminho com algumas tribos e estabelece com elas uma relação de cumplicidade. Os irmãos decidem protegê-las e preservar todo o ambiente em que vivem, sendo responsáveis pela idealização do Parque Nacional do <span style="font-style:italic;">Xingu</span> (hoje Parque Indígena do Xingu), inaugurado em 1961. Considerado a maior reserva do tipo no mundo, o parque é fruto do trabalho árduo dos Irmãos Villas-Bôas, juntamente do antropólogo Darcy Ribeiro e outras personalidades, num projeto assinado pelo então presidente Jânio Quadros. Como resultado deste trabalho, diversas etnias habitam o parque até hoje. Convivem harmoniosamente, inclusive realizando casamentos entre membros de aldeias distintas, mas sempre preservando suas particularidades.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy0HYCd3hyphenhyphenuiDxgBBroSVMQVX31f-f2FskS6LT0lS2AUK31ho54p92STd7FqyzsY44mxe7IfeJXQ7o_xIuwDK6Es390y0TOABZaNoCGvASxlTxzsW0g4aN0jjYlhjJXiKpuw-J7sdr7SY/s1600/Alerta+de+spoiler.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 177px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy0HYCd3hyphenhyphenuiDxgBBroSVMQVX31f-f2FskS6LT0lS2AUK31ho54p92STd7FqyzsY44mxe7IfeJXQ7o_xIuwDK6Es390y0TOABZaNoCGvASxlTxzsW0g4aN0jjYlhjJXiKpuw-J7sdr7SY/s200/Alerta+de+spoiler.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5730021273751003618" /></a><span style="font-style:italic;">Xingu</span> cumpre o seu papel na celebração e preservação da memória dos Irmãos Villas-Bôas, bem como atenta para a importância da questão indígena, em tempos da polêmica que envolve a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu. Honesto, o filme não se limita a festejar os pontos positivos na inserção dos irmãos naquele local: lembra da tragédia provocada por eles mesmos, ao levarem gripe a uma aldeia que jamais tivera contato com a doença, e cuja população foi quase que completamente dizimada em consequência disto.<br /><br />Exibido no 62º Festival Internacional de Berlim, <span style="font-style:italic;">Xingu </span>conta com um impressionante trabalho de elenco, principalmente no que se refere aos índios que atuam no filme. Estes, do ponto de vista do homem branco, dão o devido toque de exotismo à produção (foi possível ouvir entre a plateia risos pudicos quando os integrantes das tribos apareciam nus em cena). Entre os atores “brancos”, destaca-se João Miguel, que interpretara um cozinheiro cearense, o retirante Nonato, em <span style="font-style:italic;">Estômago</span> (2007). Aqui, João Miguel interpreta de maneira comovente Cláudio Villas-Bôas, ainda que o personagem não seja explorado pelo roteiro em todo o seu potencial, talvez por uma falha em sua elaboração.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-F-JIiQgCi-ZQR9RKiti3Ix7PeP8-cyeMPpjNqfRPyHudX-Je5HNZ-u-5J-6ruPGWpaJum-xaCaofmk-ivOf8NPK1_9ce8BhBd221267GCy6thFXci67hDW7X1vkJC-71_k_zQAkfPoU/s1600/Xingu.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 218px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-F-JIiQgCi-ZQR9RKiti3Ix7PeP8-cyeMPpjNqfRPyHudX-Je5HNZ-u-5J-6ruPGWpaJum-xaCaofmk-ivOf8NPK1_9ce8BhBd221267GCy6thFXci67hDW7X1vkJC-71_k_zQAkfPoU/s320/Xingu.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5730022112012761458" /></a><br /><br />Divulgado como filme de aventura,<span style="font-style:italic;">Xingu</span>, infelizmente, não se revela um bom exercício de cinema. É bastante contido nas cenas de apelo mais cinematográfico, limitando-se a uma série de sugestões. O diretor, Cao Hamburguer (<span style="font-style:italic;">Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme</span>, de 1999, e <span style="font-style:italic;">O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias</span>, de 2006) parece preocupado em fazer um filme agradável a um público mais amplo e evita cenas de cunho sensual, tenso e violento.<br /><br />Por exemplo, dá-se a entender que Leonardo Villas-Bôas, o personagem de Caio Blat, está pretende relacionar-se com uma moça indígena. O romance dos dois, entretanto, não é de forma alguma explorado. De repente, sabemos que a moça engravidou, teve um filho de Leonardo, e o caso vira polêmica, levando o rapaz a se afastar da expedição. O mesmo acontece quando Cláudio envolve-se com uma índia. Os dois adentram a mata e na cena seguinte a moça aparece grávida. Não há sedução, não há paixão; quase não há conflito. Uma maior abordagem destas subtramas certamente daria um aspecto dramático mais interessante.<br /><br />Observamos algo semelhante no que diz respeito às cenas de suspense e ação. Lembremos do momento em que, acampado no meio da mata, à noite, o grupo acredita estar cercado de índios hostis. Antes de chegar ao seu clímax, a cena é interrompida. A violência também parece distribuída em pequenas doses. Na cena em que há um conflito entre índios e homens brancos, logo no primeiro ataque a imagem torna-se embaçada e a sequência é encerrada ali mesmo.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH2YmgvaOsYuvE6qJNY5DKQyirqt9nuggheWHDrr3uIRqRMrFAlmmQ_BA_OvB-_YjVU8naFB1A6W6UOOyhXQjFIFUMYfYH4hEPb0HmJWYSQRaIGEQG4C_zSabhGsKxZEsJCPE2DSzBhBk/s1600/Xingu+2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 218px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH2YmgvaOsYuvE6qJNY5DKQyirqt9nuggheWHDrr3uIRqRMrFAlmmQ_BA_OvB-_YjVU8naFB1A6W6UOOyhXQjFIFUMYfYH4hEPb0HmJWYSQRaIGEQG4C_zSabhGsKxZEsJCPE2DSzBhBk/s320/Xingu+2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5730021853562421842" /></a><br /><br />Percebe-se em <span style="font-style:italic;">Xingu</span> uma necessidade, acima de tudo, de mostrar os fatos de maneira fiel. Cenas curtas, diretas, quase que documentais, marcam esta produção.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Crítica publicada originalmente no <a href="http://blogs.diariodonordeste.com.br/blogdecinema/criticas-de-filmes/xingu-critica-do-filme/">Blog de Cinema</a> do Diário do Nordeste.</span>Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-80513149776622751582012-03-04T05:24:00.013-03:002012-03-04T06:07:40.172-03:00O Artista (2011)<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0FXaU7udUv5jIGSWr3NsbZtW7EpiWqXkCygbmW_UnlVrwzA4tFhR9uxZ6D0rrWg6F9FOnWJSgzj39nBUbIJ4tANE-tNtYns-1PPzGY7QAicri-FYgmDaBWLCUr6eyStBrdLNoTAw0dck/s1600/Alerta+de+spoiler.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 177px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0FXaU7udUv5jIGSWr3NsbZtW7EpiWqXkCygbmW_UnlVrwzA4tFhR9uxZ6D0rrWg6F9FOnWJSgzj39nBUbIJ4tANE-tNtYns-1PPzGY7QAicri-FYgmDaBWLCUr6eyStBrdLNoTAw0dck/s200/Alerta+de+spoiler.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5715956184115513250" /></a>Após algum tempo sem ir ao cinema, ontem, finalmente, vi <span style="font-style:italic;">O Artista</span>, filme vencedor do Oscar neste ano. Do mesmo modo que o clássico <span style="font-style:italic;">Cantando na Chuva</span>, este filme aborda o período da transição do cinema mudo para o falado em Hollywood, e das dificuldades que as pessoas que trabalhavam no meio enfrentaram devido ao advento. Em <span style="font-style:italic;">O Artista</span>, Jean Dujardin interpreta George Valentin, um astro do cinema silencioso, que se recusa a aderir à novidade. O estúdio para o qual o ator trabalha, no entanto, não se intimida com sua opinião discrepante e decide investir em novos talentos, falantes. Entre as novas vedetes está Peppy Miller (Bérénice Bejo), uma dançarina com quem Valentin está envolvido. Não tarda até que Miller comece a estrelar os seus próprios filmes, colaborando, mesmo que sem querer, para o oblívio do seu colega. Este, inconformado com a condição de artista obsoleto, chega a tentar o suicídio em um incêndio, sendo resgatado a tempo. Miller se redime de sua culpa ao colocar Valentin de volta à ativa, quando os dois dançam e atuam em um filme musical.<br /><br />Dois dos aspectos mais discutidos de <span style="font-style:italic;">O Artista</span> são os fatos de ser um filme mudo e preto e branco. A fotografia em preto e branco, combinada com direção de arte e figurino impecáveis, resulta num trabalho primoroso. Alguns críticos, todavia, questionaram severamente a validade de se fazer um filme mudo num período em que há altíssima tecnologia disponível. A resposta me parecia bastante clara: escolha estilística. O que haveria de errado nisso?<br /><br />Após ver o filme, sustento minha opinião. Antes, o que era inevitável, tornou-se mais um recurso de estilo, como tantos outros. Porém, aqui, este recurso não se mostra bem aplicado. Exceto por duas ou três cenas que dão sentido ao “silêncio” do filme, no restante da metragem soa como um empecilho, um problema que o diretor arrumou e com o qual precisa lidar. Algumas cenas chegam a ser constrangedoras, pois percebe-se que não passa de um filme completamente ordinário.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUDPTiyQ3eUClbSvYzBL1zgoFLk4C5ZMXWv4UUVYXiqVRSbo9-BwP1pVZz_6hu2FsGHXrpILTY9ZCR6169rPIa3TcDnzZugAy5PHHenhe_4k1bWoJ-vc4VrsqO_9Qb_0KrrLQ4h1Gdkno/s1600/The+Artist+%25282011%2529.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 267px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUDPTiyQ3eUClbSvYzBL1zgoFLk4C5ZMXWv4UUVYXiqVRSbo9-BwP1pVZz_6hu2FsGHXrpILTY9ZCR6169rPIa3TcDnzZugAy5PHHenhe_4k1bWoJ-vc4VrsqO_9Qb_0KrrLQ4h1Gdkno/s400/The+Artist+%25282011%2529.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5715958179992979202" /></a><br /><br /><center><span style="font-style:italic;">Uma surpresa inesperada: a participação especial do Malcom McDowell.</span></center><br /><br />O personagem de Dujardin é pessimamente construído. Suas motivações são rasas, não convencem. Por que, afinal, ele é contra o advento do som? Deveríamos, ainda, acreditar que ele ama a mocinha? Que sinal temos disso além do fato de ele ter protegido do incêndio uma lata de filme com uma cena protagonizada pelos dois?<br /><br />Também deve ser lembrado o (mau) uso de “Scene d’Amour”. Utilizada na cena mais climática de <span style="font-style:italic;">O Artista</span>, a grandiosa música de Bernard Herrmann só enfatizou a fraqueza do filme, posto que é muito maior que este. Sem dúvida, foi outro momento constrangedor.<br /><br />Enfim, o filme não apenas remete ao período abordado em <span style="font-style:italic;">Cantando na Chuva</span>, como, praticamente, trata-se de uma refilmagem não-declarada. Jean Dujardin assemelha-se a Gene Kelly fisicamente e até em alguns trejeitos. Há uma espécie de Lina Lamont, que misteriosamente some da trama. O filme cita diversas cenas do clássico de Stanley Donen e, surpresa, os personagens resolvem seu problema com a mesma solução: um filme musical. Sim, já vimos esse filme e uma cópia dele não é o que podemos chamar de indispensável... Ao contrário do que esperava, saí do cinema com sensação de que estava faltando algo. Quando vejo um grande filme, deixo o cinema já com vontade de revê-lo. Saí da sessão de <span style="font-style:italic;">O Artista</span> com muita vontade de rever <span style="font-style:italic;">Cantando na Chuva</span>.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-49315633087537477562011-03-03T04:42:00.009-03:002011-03-03T05:15:34.410-03:00A Reunião dos Demônios/Os Três Zuretas (1997)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiekEt7QkMaKoIEMaJceCXoPU8p7-H2MX7s1Zrufnmk4Uw2lw-Ny_KmI91b1XACC8Hz7WFAoXFK7Cwv5bZ_hNl2zLOYvOWY0iGYP_FWQRR8PoOa9QwXdn7vaoce88zgXSX-p88RIG5HWEc/s1600/3Zuretas3.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 178px; height: 260px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiekEt7QkMaKoIEMaJceCXoPU8p7-H2MX7s1Zrufnmk4Uw2lw-Ny_KmI91b1XACC8Hz7WFAoXFK7Cwv5bZ_hNl2zLOYvOWY0iGYP_FWQRR8PoOa9QwXdn7vaoce88zgXSX-p88RIG5HWEc/s400/3Zuretas3.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5579760735319224354" /></a>Na década de 1960, Joaquim, um menino da cidade grande, é enviado para a casa dos avós durante uma crise entre os seus pais. A avó de Joaquim é uma mulher bastante severa e repressora, enquanto o avô do menino, de nome igual ao seu, compreende suas vontades e encobre suas fugas quando o neto deseja sair para brincar com seus amigos, Zezo e Pelé; os três garotos, de diferentes classes sociais, mas todos alcunhados de “demônio” por seus respectivos pais. Tamanha é a repetição do apelido, que as crianças incorporam-no e acreditam de fato estar possuídas pelo demônio e com ele terem um pacto. A partir daí, os três meninos começam a usufruir deste acordo satisfazendo desde desejos infantis como tomar sorvete, até ansiarem morte de seu professor. É quando os três, em suas limitações pueris, terão de escolher entre o bem e o mal.<br /><br /><span style="font-style:italic;">A Reunião dos Demônios</span> é uma grata surpresa do chamado “cinema de retomada” brasileiro. Dentro de um filme aparentemente simples, infantil, foram inseridas questões como a liberdade, o direito do indivíduo de fazer escolhas, como é bem ilustrado na cena em que o avô, personagem de Cláudio Marzo, ao alimentar um passarinho que estava preso na gaiola, decide deixá-lo partir. A inocência infantil também é questionada quando as crianças discutem sobre que fim dar ao professor, baseando-se em sua necessidade egoísta de ocultar uma possível nota ruim em uma avaliação escolar, o os levaria a ser castigados pelos pais.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVltDKXxD-h5JtgvLDCVw3xIxjbU7dwk6Gf8NxGyOmrGX7uIei-8FNfjNn_XX5vfwuC5ikwJXw7EfPubwZo54e2aAJ4W3O3x4Leml3BnI6y7wuD0zj3N8re1tzxglSWFBO_lsMqG6ZaGk/s1600/3Zuretas.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 375px; height: 250px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVltDKXxD-h5JtgvLDCVw3xIxjbU7dwk6Gf8NxGyOmrGX7uIei-8FNfjNn_XX5vfwuC5ikwJXw7EfPubwZo54e2aAJ4W3O3x4Leml3BnI6y7wuD0zj3N8re1tzxglSWFBO_lsMqG6ZaGk/s400/3Zuretas.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5579762063918131314" /></a><br /><br />Sendo quase impossível desvincular suas figuras em uma trama sobre crianças, os pais são outro elemento importante da história. O desequilíbrio matrimonial, tanto dos pais quanto dos avós de Joaquim, e até mesmo dos pais de seus colegas (a mãe de Pelé e solteira, e o sustenta sozinha), é o motivo de grande parte dos problemas do menino. Extremamente rico em leituras, <span style="font-style:italic;">A Reunião dos Demônios</span> é tecnicamente imperfeito. Repete alguns diálogos à exaustão. O elenco infantil, todo estreante, realiza um excelente um trabalho. Acreditando que o título pudesse afugentar o público, por remeter a histórias de horror, o filme foi relançado em 2001 com o título <span style="font-style:italic;">Os Três Zuretas</span>.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-9783326234601977692011-03-01T02:41:00.001-03:002011-03-01T02:41:31.680-03:00Tormenta (1982)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVRjYonfpo_BKYTvG1mBC3rgx6_fXkMbFE_tbhCADzV-FqiPxVIva_XMUTKjWKfwV6ZUIcOxW3qba3QL2kob3zoxzOv94s751_dWfdpti3xJtM9DXUYKRYbhxyzSSFnvKlykmIFYWuIY0/s1600/CN_1146.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 209px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVRjYonfpo_BKYTvG1mBC3rgx6_fXkMbFE_tbhCADzV-FqiPxVIva_XMUTKjWKfwV6ZUIcOxW3qba3QL2kob3zoxzOv94s751_dWfdpti3xJtM9DXUYKRYbhxyzSSFnvKlykmIFYWuIY0/s320/CN_1146.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578962031682579522" /></a>Mulher viaja com o companheiro e a filha pré-adolescente dele para uma ilha deserta onde ele mantém uma cabana. Outrora empolgada com as viagens que fazia ao lugar, que considerava uma espécie de refúgio, a mulher sente desta vez um estranhamento, uma espécie de mau presságio. Seu marido, contrabandista, sai de barco ao encontro de um cargueiro, mas é vítima de uma tormenta e não retorna para encontrar a esposa e a filha. As duas ficam sozinhas na ilha, buscando sobreviver através da pesca e da procura de vegetais. Porém, é na enteada que a mulher encontra o seu maior desafio: extremamente rebelde, a menina evita envolver-se afetivamente com a madrasta, acusando-a de ter estragado a relação que ela tinha com o pai.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRCMNc6f21fppJGhvsv6qcHW1EhRe-o-RAZgjkasbUsMnKPE748noaH1Wr0zuMj-jyZrTMLYQFVr8MHVgwHJIiVAjsd894NPQlcMgWRdrSf00j1K0PGPJdCMsAYwiYVTs0sjRe8-fxb6c/s1600/Alerta+de+spoiler.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 177px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRCMNc6f21fppJGhvsv6qcHW1EhRe-o-RAZgjkasbUsMnKPE748noaH1Wr0zuMj-jyZrTMLYQFVr8MHVgwHJIiVAjsd894NPQlcMgWRdrSf00j1K0PGPJdCMsAYwiYVTs0sjRe8-fxb6c/s200/Alerta+de+spoiler.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578963106159784194" /></a>Drama enigmático e intimista, <span style="font-style:italic;">Tormenta</span> é uma belo exemplar do cinema fantástico brasileiro. A personagem de Bianca Byington, a pré-adolescente cruel que manipula a madrasta que deseja se aproximar dela, é um prato cheio para a psicanálise, com insinuações edipianas e, mais adiante, homossexuais. O filme possui ainda diversas simbologias que ajudam a desvendar seus enigmas, como a boneca que, ao ser quebrada, representaria o amadurecimento, o despertar sexual da garota; bem como a quebra do vínculo com sua mãe, que, apesar de ausente, é claramente um empecilho para o bom relacionamento entre a enteada e a madrasta.<br /><br />A jovem atriz, que recebera o título de “Musa de Verão” pouco antes da estréia de <span style="font-style:italic;">Tormenta</span>, foi premiada como melhor atriz coadjuvante no Festival de Gramado, e mais tarde fez bastante sucesso em telenovelas. O filme foi premiado ainda pela Associação Paulista de Críticos de Artes nas categorias melhor argumento, melhor roteiro, melhor fotografia e melhor montagem. O cineasta Uberto Molo, italiano radicado no Brasil, faria quatro anos mais tarde o seu segundo e último longa-metragem, <span style="font-style:italic;">Por Incrível Que Pareça</span>, uma comédia com elementos de ficção científica.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-55843348402807659982011-03-01T02:09:00.010-03:002011-03-01T02:33:29.331-03:00Prêmio DardosFui surpreendida hoje com essa gentileza do Carlos Primati, do blog <a href="http://cine-monstro.blogspot.com">Cine Monstro</a>, que ofereceu ao meu blog o selo Dardos de qualidade (na verdade, tá mais pra estímulo para eu continuar postando com freqüência, rs). Enfim, a regra diz que o agraciado com o prêmio deve indicar mais quatro blogueiros para recebê-lo.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHz2-aebRv_GR4P1v8_CQ8wVocM4g_pX1fwOA1c_4b_fmYxICH7xNdjQ3dWZmOaUF8CBE2Z2urDCWqj1envVaqML4Ct7PsoO1rAcMhxFIt8Xcs7FipF6c-a9RdiPR7NAApVrvalkttsD0/s1600/Dardos.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 193px; height: 210px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHz2-aebRv_GR4P1v8_CQ8wVocM4g_pX1fwOA1c_4b_fmYxICH7xNdjQ3dWZmOaUF8CBE2Z2urDCWqj1envVaqML4Ct7PsoO1rAcMhxFIt8Xcs7FipF6c-a9RdiPR7NAApVrvalkttsD0/s400/Dardos.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5578972829996130210" /></a><br /><br />Os blogueiros indicados deverão repassar o selo a quatro colegas e assim por diante. <br /><br />Meus indicados ao selo Dardos de qualidade, são:<br /><br />Cristian Verardi, do <a href="http://cinemaexmachina.wordpress.com/">Cinema Ex Machina</a>;<br />Cayman Moreira, do <a href="http://caymanartalpharrabyos.blogspot.com/">Cayman Art & Alpharrabyos</a>;<br />Valter Noronha, do <a href="http://film-fatales.blogspot.com/">Film Fatales</a>;<br />Diego Akel, do <a href="http://cineakel.blogspot.com/">Akel Estúdio</a>.<br /><br />Vocês poderão ler mais sobre o selo no blog <a href="http://midnightdrivein.blogspot.com/2011/02/apos-o-oscar-o-premio-dardos.html">Midnight Drive-In</a>. <br /><br />PS: Lembrei de indicar outros colegas, mas só conseguia pensar que eles não são muito fãs de selos.<br />PS²: Isso tudo me fez lembrar de que eu preciso atualizar a minha lista de blogs favoritos, da barra à direita.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-87596329101558079342011-02-04T18:58:00.011-03:002011-02-04T19:24:01.625-03:00Cisne Negro (2010)<span style="font-style:italic;">Todos nós conhecemos a história: uma garota virginal, pura e meiga, presa no corpo de um cisne. Ela deseja liberdade, mas apenas o amor verdadeiro pode quebrar o feitiço. Seu desejo é praticamente concretizado na forma de um príncipe, mas, antes que este possa declarar seu amor, a luxuriosa gêmea, o cisne negro, o engana e seduz. Devastado, o cisne branco sobe em um penhasco e se mata. Na morte, encontra a liberdade.</span><br /><br />Em <span style="font-style:italic;">Cisne Negro</span>, Natalie Portman interpreta Nina, uma dedicada bailarina de 28 anos, que nunca teve um papel de destaque na companhia de balé da qual faz parte. Depois de um sonho em que se vê dançando o clássico <span style="font-style:italic;">O Lago dos Cisnes</span>, Nina é escolhida para o papel principal deste balé, cuja inovadora versão propõe um grande desafio para a bailarina que deverá protagonizá-lo: esta interpretará os dois cisnes, o branco e o negro. O primeiro, puro e inocente, e o segundo, cruel e voluptuoso.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikLNZzLRYT7MEQ6x6zIdUFUnDRef9dpF8dRP_ywIQ3jWZJ6bfO5ldWtkYHUltwaWShf8u4SS5WljcVoBviqkhDYAO0zqXHCQD6zioVSss0Ci1oFkch5rhnjn-rd4lMt_M5S71qOaJvb4M/s1600/Alerta+de+spoiler.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 177px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikLNZzLRYT7MEQ6x6zIdUFUnDRef9dpF8dRP_ywIQ3jWZJ6bfO5ldWtkYHUltwaWShf8u4SS5WljcVoBviqkhDYAO0zqXHCQD6zioVSss0Ci1oFkch5rhnjn-rd4lMt_M5S71qOaJvb4M/s200/Alerta+de+spoiler.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5569961339265169394" /></a>Nos ensaios, Nina executa o cisne branco com perfeição, porém, não consegue entregar-se ao papel do cisne negro, cuja coreografia exige passos mais descontraídos, espontâneos e sensuais – diferente do que tradicionalmente propõe o balé, com passos milimetricamente calculados. A bailarina percebe que o sexo é o elemento libertador de que necessita para melhorar sua coreografia. Virgem e reprimida sexualmente, mergulha num processo psicológico de autocorrupção que a ajudará a incorporar o cisne negro. Críticos da revista americana New York elegeram <span style="font-style:italic;">Cisne Negro</span> como um dos piores filmes de 2010 com o argumento de que “todos os conflitos do filme poderiam ser evitados se as personagens femininas tivessem uma vida sexual mais satisfatória”. Se todos seguissem esse raciocínio, o que seria de filmes como <span style="font-style:italic;">Repulsa ao Sexo</span> (1965)?<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsttruU5zv63qrmMK-tEnmYCgdWfwMJdJiXU0RLjl1DqVv6t1CAHS7GiEOB3YH46Y06PAUXq40rrNS0-GHcC3ive1b2fhppazub_Vv_hB-vj80jdKcULvzXfd6oTrrjKDVeFvh7WBvUH4/s1600/Black+Swan.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 172px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsttruU5zv63qrmMK-tEnmYCgdWfwMJdJiXU0RLjl1DqVv6t1CAHS7GiEOB3YH46Y06PAUXq40rrNS0-GHcC3ive1b2fhppazub_Vv_hB-vj80jdKcULvzXfd6oTrrjKDVeFvh7WBvUH4/s320/Black+Swan.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5569963209757993746" /></a><br /><br />A repressão sexual é sempre um tema interessante para o cinema e, quando vira assunto para filme de terror, costumamos ter um belo exemplar de horror psicológico. É este o caso de <span style="font-style:italic;">Cisne Negro</span>, que nos mostra o balé como um duro universo, cuja perfeita dançarina em palco é, nos bastidores, uma mulher frágil física e psicologicamente, pressionada por seus colegas de trabalho e por seus familiares. No caso de Nina, sua mãe é uma ex-bailarina fracassada que acompanha de perto não apenas a carreira, mas também a vida pessoal da filha, como podemos observar na cena tragicômica em que Nina quase é flagrada pela mãe enquanto tenta libertar-se sexualmente através da masturbação.<br /><br />Outro aspecto extremamente caro para mim em <span style="font-style:italic;">Cisne Negro</span> é sua narrativa típica de um conto de fadas. O conto tradicional russo <span style="font-style:italic;">O Pato Branco</span> é tido como uma das principais inspirações para o balé <span style="font-style:italic;">O Lago dos Cisnes</span>. Apesar de o final do conto não ser trágico para a mocinha, como no filme, este tipo de desfecho é extremamente comum nesses textos. É o que mostram os contos do dinamarquês Hans Christian Andersen, por exemplo, cujas heroínas passam por maus bocados durante toda a narrativa e, ao final, transcendem através do sacrifício, encontrando na morte a liberdade. Um princípio cristão que encontramos em diversos destes textos conhecidos popularmente como “contos de fadas”.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFrD9Eqqk4AyAS1NwYUtNLFhGupEuBxTYYIizM4iJOHvWA6PPgoyZUE4nje8s2weyWdAcxIVR1r2KNYLV8CQPR7bM46s8zhZlMiJjUYZWaOtNGFdXi91l36e65YS23r20vQ8AtrukYwEM/s1600/Black+Swan2.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 254px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFrD9Eqqk4AyAS1NwYUtNLFhGupEuBxTYYIizM4iJOHvWA6PPgoyZUE4nje8s2weyWdAcxIVR1r2KNYLV8CQPR7bM46s8zhZlMiJjUYZWaOtNGFdXi91l36e65YS23r20vQ8AtrukYwEM/s320/Black+Swan2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5569963428227675234" /></a><br /><br />Para contar essa história tragicamente maniqueísta, o diretor Darren Aronofsky vale-se de efeitos consagrados, como o uso de espelhos para simbolizar a dupla personalidade; além de insistir no uso do preto e do branco, cores lindamente manipuladas durante todo o filme.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Cisne Negro</span> estréia hoje nos cinemas do país. O filme está concorrendo a cinco Oscar, entre eles o de melhor filme, melhor diretor, para Aronofsky e melhor atriz, para Natalie Portman, que já foi contemplada por este papel com o Globo de Ouro e o Screen Actors Guild.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuOWEhy0h16ngYZ1sjHphE8QG21l3ZQedmMxT-F-3Nt53zz_WMrsmQu8V4-gPrQmLmxwANy16fZMv3OeVJKYNJDxfeHVxH9e3QZOSnPpSV5fysK4d-XJyAH9hfEVLYP_GI8lkuqQJ7lpw/s1600/Black-Swan-natalie-portman-17392128-2560-1707.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuOWEhy0h16ngYZ1sjHphE8QG21l3ZQedmMxT-F-3Nt53zz_WMrsmQu8V4-gPrQmLmxwANy16fZMv3OeVJKYNJDxfeHVxH9e3QZOSnPpSV5fysK4d-XJyAH9hfEVLYP_GI8lkuqQJ7lpw/s320/Black-Swan-natalie-portman-17392128-2560-1707.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5569963558831266162" /></a><br /><br />Ah!, foram lançados lindos pôsteres do filme em estilo art déco. Confiram <a href="http://www.designworklife.com/2010/12/06/black-swan-posters/">aqui</a>.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-49790679060052615712011-01-20T03:20:00.011-03:002011-01-20T17:12:23.037-03:00David Lynch: 65 anos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4QFKMWTWgqlbqnaoYEVoaqAuqCDUeQe1gbrAdUBL9DHb0V-VsjeTrWnZR_VzXZDoFKdy9ZQRDFk-ecQoBhadRxmnAjGqzPI9z2O5u2Zi_lQVEfqzvGsfQjLWn9XQmQRPcaEysCG7EyhQ/s1600/David-Lynch-640x250.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 125px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4QFKMWTWgqlbqnaoYEVoaqAuqCDUeQe1gbrAdUBL9DHb0V-VsjeTrWnZR_VzXZDoFKdy9ZQRDFk-ecQoBhadRxmnAjGqzPI9z2O5u2Zi_lQVEfqzvGsfQjLWn9XQmQRPcaEysCG7EyhQ/s320/David-Lynch-640x250.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5564156978624833986" /></a><br /><br /><center>Cidade dos Sonhos (2001)<br />A Estrada Perdida (1997)<br />Veludo Azul (1986)<br />O Homem Elefante (1980)<br />Eraserhead (1970)<br /><br />(<a href="http://www.imdb.com/name/nm0000186/#Director">...</a>)</center><br /><br /><center>Trecho de <span style="font-style:italic;">Veludo Azul</span>, com "In Dreams", de Roy Orbison:<br /><br /><iframe title="YouTube video player" class="youtube-player" type="text/html" width="400" height="344" src="http://www.youtube.com/embed/EDZItMrmtNI?rel=0" frameborder="0" allowFullScreen></iframe></center>Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-87252280372458737342010-09-07T00:56:00.005-03:002010-09-07T05:42:34.061-03:00Desabafo sobre adolescentes no cinema em um breve comentário sobre [REC] ²: PossuídosO cinema, além de ser o objeto do meu estudo, é o meu entretenimento favorito. Não vou com muita freqüência ao cinema, pois, apesar de morar em uma das maiores cidades do país, a programação dificilmente varia. E acredito que, depois da experiência de hoje, minhas idas serão ainda menos freqüentes.<br /><br />Esta noite minha família me convidou para assistir <span style="font-style:italic;">[REC] ²: Possuídos</span>. Chegando ao cinema, fiquei animada em saber que a sessão estava lotada (na era do <span style="font-style:italic;">download</span>, em que todo mundo só quer se dar bem, qualquer demonstração de interesse do público - ainda mais em relação a um filme espanhol e de horror - me deixa contente). Mas, ao adentrar a sala, logo percebi o terror que me esperava: uma multidão de adolescentes ocupava as poltronas.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmvbZhgu7U28ckWWVMKILJ3BiSeiVGtMTJ8ay_eWlp1vF0WtzbPw13ohsOrhyphenhyphentzTUX_il1ap4d1ZecfZAhvBzXkUQGvAMaIZrb60gUvAZNqibTBl3uiEcAfAlActg860SaRuE9lfLJ66U/s1600/teensincinema460.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 192px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmvbZhgu7U28ckWWVMKILJ3BiSeiVGtMTJ8ay_eWlp1vF0WtzbPw13ohsOrhyphenhyphentzTUX_il1ap4d1ZecfZAhvBzXkUQGvAMaIZrb60gUvAZNqibTBl3uiEcAfAlActg860SaRuE9lfLJ66U/s320/teensincinema460.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5514017069643161618" /></a><br /><br /><center><span style="font-style:italic;">"Mamãe, eu vou atazanar as pessoas no cinema e já volto!"</span></center><br /><br />Eu sei que muitos de vocês já ouviram desabafos desse tipo. Muitos de vocês, inclusive, publicaram desabafos desse tipo. Mas, enquanto houver adolescentes mal-educados freqüentando o cinema e ninguém para controlá-los, haverá desabafos desse tipo.<br /><br />Voltando à história, eu estava num cenário completamente aterrorizante (desculpem-me pelos trocadilhos bobos, eu não consigo evitá-los), cercada de adolescentes por todos os lados. Sim, aquelas criaturinhas com espinha no rosto e gel no cabelo, que riem de nervosismo a cada susto que levam, e gritam para todo mundo ouvir comentários do tipo “car*lho!”. Este é o nível dos nossos amiguinhos. Mamães, lavem a boca de seus filhos com sabão e só soltem-nos no mundo depois de aprenderem a agir como gente em locais públicos.<br /><br />Continuando: como se não fosse suficiente, essas criaturinhas tagarelavam, revelando sua incapacidade de se comportar num ambiente em que a boa-educação é a única coisa que se exige delas. Conversavam em alto e bom som com amigos que estavam a poltronas de distância, como se o centro do mundo fosse o seu próprio umbigo. Uma menina, entediada, batia no chão com o salto de madeira. Outros, na tentativa de se destacar entre os demais, arriscavam fazer piadas, sem sucesso. E isso se repetiu durante toda a metragem.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixAj7H4hwWRda4HxW5G337eIbVB4upQ9fedx9acuTrnNFxUkFLWabagQTICmvnx00R_qpaIKR1p2fC0YsIhvrtH3rMf6qqPlBGFlCPt2DkOCI9hWZTM61omUEO8yE3CfAdpqXimP1v1Oo/s1600/09rec2span-1-articleLarge.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 177px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixAj7H4hwWRda4HxW5G337eIbVB4upQ9fedx9acuTrnNFxUkFLWabagQTICmvnx00R_qpaIKR1p2fC0YsIhvrtH3rMf6qqPlBGFlCPt2DkOCI9hWZTM61omUEO8yE3CfAdpqXimP1v1Oo/s320/09rec2span-1-articleLarge.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5514017343772261538" /></a><br /><br /><span style="font-style:italic;">[REC] ²: Possuídos</span>, apesar de ter perdido um pouco do impacto naquele contexto repugnante, é uma boa seqüência. Vale-se de algumas surpresas e dá prosseguimento à questão sobre a origem da infecção, apresentada no final do primeiro filme; com um padre infiltrado no prédio, estabelecendo um combate clássico entre o exorcista e os possuídos. Um grupo de adolescentes é inserido de maneira convincente na trama, à qual dá um aspecto de novidade e fornece personagens para que o público-alvo se identifique e possa torcer a favor. <br /><br />Preciso dizer que, após minha desgostosa experiência, torci contra?Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-59192633020022852342010-08-06T00:36:00.002-03:002010-08-06T06:16:08.784-03:00Fantaspoa: sessão comentada de O Jovem TataravôNa última segunda-feira (5), o Fantaspoa teve uma charmosa sessão de <span style="font-style:italic;">O Jovem Tataravô</span>, de 1936. A razão da exibição, além do resgate da obra, é a divulgação do curso “O Horror no Cinema Brasileiro”, que acontecerá nos dias 10 e 11 de julho.<br /><br />Em <span style="font-style:italic;">O Jovem Tataravô</span> um homem arremata em um leilão uma misteriosa caixa que contém em seu interior uma fórmula egípcia de ressuscitação dos mortos. Imediatamente, ele convoca seus parentes e amigos para uma sessão de invocação através da qual chama o seu tataravô. O homem aparece no meio da sala em trajes de banho, vestido da maneira em que estava quando morreu há cem anos, afogado no mar. A partir daí, o velho, aliás… jovem redivivo sai pela cidade do Rio de Janeiro em busca de aventuras, galanteando todas as mulheres à sua volta.<br /><br />Os pesquisadores Carlos Primati e Laura Cánepa participaram ao final da sessão de um rico debate que iniciaram esclarecendo aos espectadores que <span style="font-style:italic;">O Jovem Tataravô</span> é considerado o marco zero do cinema de horror brasileiro por ser o primeiro longa-metragem com elementos sobrenaturais, como a reencarnação. O filme tem base no texto teatral <span style="font-style:italic;">O Tataravô</span>, de Gilberto de Andrade – a peça ganharia uma nova adaptação nos anos 50, desta vez em tom de ficção científica, acompanhando a tendência cinematográfica daquele período; e foi dirigido por Luiz de Barros, responsável pelo primeiro filme falado brasileiro, <span style="font-style:italic;">Acabaram-se os Otários</span> (1929).<br /><br />Em um dos momentos mais interessantes do debate, Laura e Primati falaram sobre os problemas da pesquisa de cinema no Brasil, além da necessidade de uma intervenção do governo na preservação de filmes brasileiros, que sempre foram bastante negligenciados.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Beatriz Saldanha</span><br />Para o blog do FantaspoaBeatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-77675503148346846512010-08-06T00:24:00.002-03:002010-08-06T00:35:52.965-03:00Fantaspoa: curtas-metragens de animaçãoRepetindo o sucesso da sessão inaugural, o público novamente compareceu em grande número ao segundo dia do Fantaspoa. Ao preço de R$ 2,00 por sessão, os espectadores puderam conferir 36 curtas-metragens de animação, sendo oito deles brasileiros.<br /><br />Freqüentemente estigmatizados como limitados e infantis, os curtas de animação integraram todo um dia da programação do festival e revelaram, em sua maioria, uma faceta bem diferente daquela preconceituosa.<br /><br />Muitos dos títulos exibidos versam sobre temas que sempre afligiram o ser humano, como, entre outros, o amor e a morte. O exemplar brasileiro <span style="font-style:italic;">A Última Noite</span>, de Guilherme Rezende (2008) e o espanhol <span style="font-style:italic;">The Lady and the Reaper</span>, de Javier Recio Gracia (2009), são ótimos exemplares que unem ambos os temas, em uma abordagem bem-humorada. No primeiro, um casal de defuntos desfruta de um jantar romântico no cemitério e, no segundo, uma senhora deseja morrer para reencontrar o falecido marido, mas suas tentativas são frustradas por um jovem médico exibido, que insiste em salvá-la.<br /><br />Entre os títulos estavam ainda <span style="font-style:italic;">Josué e o Pé de Macaxeira</span> (2009), de Diogo Viegas, escolhido pelo júri popular como Melhor Animação Brasileira no Anima Mundi e <span style="font-style:italic;">O Jumento Santo na Cidade que Se Acabou Antes de Começar</span>, de Leo D. e William Paiva (2006); ambas, simpáticas histórias de temática nordestina.<br /><br />Diversas técnicas de animação foram empregadas nos curtas exibidos ao longo do sábado, da animação tradicional à digital, em terceira dimensão, além de stop-motion e outras. Os diretores britânicos Ben Richardson e Daniel Bird utilizaram desta última na criação do perturbador <span style="font-style:italic;">Seed</span> (2009), que faz através dos personagens de um ovo e uma maçã que disputam por transmissões de rádio uma metáfora para a sobrevivência. Outro curta marcante, o alemão <span style="font-style:italic;">Hybris</span> (2009), de Florian Schnell, Martin Minsel e Patrick Müller, mescla diversas técnicas, como rotoscopia, pixilation e filmagens reais, obtendo impressionantes texturas, de encher os olhos dos espectadores mais exigentes.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Beatriz Saldanha</span><br />Para o blog do FantaspoaBeatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-88153230846785148312010-07-09T03:03:00.002-03:002011-03-01T01:45:26.971-03:00Noite de abertura do VI Fantaspoa: “É Preciso Amar a Morte”Aconteceu na noite de sexta-feira (02), no Cine Bancários, a sessão de abertura do VI Fantaspoa. Bastante disputada, com lotação total da sala e pessoas sentadas nos degraus, a sessão apresentou <span style="font-style:italic;">É Preciso Amar a Morte</span> (2009), produção alemã integrante da mostra competitiva deste ano.<br /><br />O filme é uma mistura de dois gêneros aparentemente discrepantes: horror extremo e comédia, mais especificamente, comédia romântica. Seu protagonista é um músico de estúdio frustrado com suas desventuras amorosas que organiza com um grupo, numa casa de campo afastada, um suicídio coletivo. Porém, os outros membros do grupo acabam prendendo-o e submetendo-o a seguidas sessões de tortura. Paralelamente, em <span style="font-style:italic;">flashbacks</span>, é mostrada a última empreitada amorosa do protagonista.<br /><br /><span style="font-style:italic;">É Preciso Amar a Morte</span> divide em duas espécies de segmentos os trechos de cunho horrífico e os momentos românticos, enquanto a comédia é presente em ambos. Essa segmentação raramente funciona, fazendo com que os personagens e subtramas de um pareçam estranhos à narrativa do outro. Uma reflexão interessante, no entanto, é proposta em relação aos filmes “torture porn”; subgênero que, para muitos, já atingiu o seu limite de violência. Esse aspecto é inserido através dos algozes do protagonista, que filmam em forma de espetáculo para os espectadores do cinema suas vítimas sendo torturadas, algo semelhante ao polêmico <span style="font-style:italic;">Violência Gratuita</span> (1997), mas utilizam do humor como elemento apaziguador.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxgWsT_nnZibKiDk-BwhssFWEnVCV2cZERR7uR87A_cGp3C4ZwyIIw55HN7syjNCU9SElqXdK_EyRLLuXgI_yEX-jx6AooeHDv9tx4T6x7bgc76D47a0w2LaPI7b3Rwxw5ifuOiT_5GJw/s1600/must-love-death-nail-gun.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 180px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxgWsT_nnZibKiDk-BwhssFWEnVCV2cZERR7uR87A_cGp3C4ZwyIIw55HN7syjNCU9SElqXdK_EyRLLuXgI_yEX-jx6AooeHDv9tx4T6x7bgc76D47a0w2LaPI7b3Rwxw5ifuOiT_5GJw/s320/must-love-death-nail-gun.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5491781976754147618" /></a><br /><br />Depois da sessão, os espectadores puderam conversar com o diretor, Andreas Schaap, que falou sobre as inspirações e influências para o seu primeiro longa-metragem, <span style="font-style:italic;">É Preciso Amar a Morte</span>, que a despeito de eventuais falhas e inconsistências, é um impressionante trabalho de conclusão de curso de cinema, com acabamento profissional; e respondeu perguntas referentes à parte técnica do filme, à produção e ao conteúdo.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Beatriz Saldanha</span><br />Para o blog do FantaspoaBeatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-59348596045047365722010-07-09T02:54:00.005-03:002010-07-09T03:02:44.040-03:00Errr... Tem algum leitor aí?Bem, finalmente, depois do turbilhão de final de semestre, posso voltar a escrever. Estou em Porto Alegre para a sexta edição do Fantaspoa, um dos maiores festivais de cinema fantástico da América Latina. Julho é, sem dúvida, a época mais divertida do ano! Além de desfrutar das minhas almejadas férias, posso fazê-lo assistindo cerca de 40 filmes aqui em Porto Alegre, a capital mais simpática do país! Estão por aqui ninguém menos que Carlos Primati, Laura Cánepa, Leandro Caraça, Carlos Thomaz Albornoz, Felipe M. Guerra, Blob, Marcelo Severo, Cristian Verardi... Só gente boa! Eu fui convidada para ser jurada dos filmes de animação, então já podem imaginar o quanto tenho me divertido. Além disso, tenho feito a cobertura do evento, juntamente do Carlos Primati, para o blog oficial. Vou colocar aqui os textos que tenho escrito para lá. Quem sabe, ao final do festival, eu continue a falar sobre <span style="font-style:italic;">Fear Itself: Antologia do Medo</span> e este blog ganhe uns textos exclusivos?Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-27156281541006645702010-04-11T23:28:00.000-03:002010-04-11T23:30:54.400-03:00Fear Itself: Antologia do Medo (3-4)<span style="font-weight:bold;">Um Homem de Família<br /></span><br />Um dedicado pai de família sai para trabalhar após uma missa na igreja, mas seu carro choca-se violentamente contra uma caminhonete em um cruzamento. Ele morre e logo ressuscita no corpo de um assassino acusado de, entre outros crimes, 26 homicídios; alcunhado de “Um Homem de Família” por ter matado a sua própria, aos 12 anos. O criminoso, por sua vez, acorda no corpo do homem inocente e começa a usurpar sua vida, propondo mantê-lo atualizado na cadeia sobre sua família em troca de o outro ensinar-lhe a viver sua vida.<br /><br />Dirigido por Ronny Yu, o episódio possui um clima bem diferente de seus últimos trabalhos no horror, <span style="font-style:italic;">A Noiva de Chucky</span> (1998) e <span style="font-style:italic;">Freddy vs. Jason</span> (2003), marcados essencialmente pela comédia. <span style="font-style:italic;">Um Homem de Família</span> é carregado de tensão e chega a ser angustiante de tão dramático. Caracteriza bem o forte aspecto de ceticismo que domina a série, com finais predominantemente ruins. A direção de Yu é segura, assim como as atuações dos protagonistas, o que garante um episódio bem acima da média.<br /><span style="font-weight:bold;"><br />Na Saúde e Na Doença</span><br /><br />No dia do seu casamento, enquanto arruma-se na igreja, uma noiva recebe através do padre um bilhete que revela nada menos que a pessoa com quem ela vai casar é um assassino em série. Desesperada, a mulher arrepende-se de ter noivado tão rápido, e fica num dilema sobre confrontar ou não o noivo.<br /><br />Dirigido por John Landis, que dispensa apresentações, é um dos poucos episódios de cunho cômico, e vale-se de um final surpresa sem qualquer justificativa – além da surpresa, claro. A igreja, praticamente o único cenário utilizado, serve perfeitamente de ambientação, com sua pouca luminosidade e assustadoras imagens sacras. Em alguns momentos, parece que a trama vai debandar para um <span style="font-style:italic;">giallo</span>, mas apenas parece; talvez tenha sido a maneira que o diretor encontrou para citar o subgênero italiano. Tal qual o episódio anterior, este merece destaque.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-19974200153525060322010-04-03T01:12:00.004-03:002010-04-11T23:32:31.791-03:00Fear Itself: Antologia do Medo (1-2)Recentemente, minha irmã apareceu aqui em casa com os DVDs da série <span style="font-style:italic;">Fear Itself: Antologia do Medo</span>. Novidades desse tipo sempre me empolgam e, como ando sem tempo, uma antologia me pareceu uma boa idéia para não ficar tão alheia ao cinema de horror, pois os episódios possuem metade do tempo de um longa-metragem, além de temas bem variados. Confesso que ainda não assisti <span style="font-style:italic;">Mestres do Horror</span> (já pedi que um amigo providenciasse as duas temporadas para mim, a fim de correr logo atrás do prejuízo), mas, claro, sei das boas referências da série, e fiquei ainda mais animada quando vi <span style="font-style:italic;">Fear Itself</span> foi feita praticamente pelo mesmo pessoal (produtores, diretores, roteiristas). Conforme for assistindo, pretendo deixar aqui algumas impressões. Sem mais delongas, vamos aos primeiros episódios:<br /><br /><span style="font-weight:bold;">O Sacrifício</span><br />O primeiro deles, dirigido por Breck Eisner, é inspirado num conto de Del Howison, escritor de histórias de horror que fez algumas incursões pelo cinema como ator. Trabalhou especialmente nos filmes “terróticos” (terror erótico) de Donald F. Glut, interpretando Renfield, o ajudante do Conde Drácula.<br /><br /><span style="font-style:italic;">O Sacrifício</span> é a história de um grupo de foras-da-lei (alguém, além de mim, ainda usa esse termo?) que tenta escapar de um policial, mas, com um homem ferido e o carro quebrado, acabam procurando ajuda em uma espécie de forte isolado no meio da neve. Lá vivem três jovens e belas irmãs que parecem ter parado no tempo, e que logo se revelam uma ameaça ao grupo de criminosos.<br /><br />Episódios de antologias têm tudo a ver com os contos da literatura: possuem o menor número de ambientes possível, poucos personagens, apenas um núcleo narrativo etc. São, de fato, uma ótima fonte para este tipo de formato. Sucinto, <span style="font-style:italic;">O Sacrifício</span> escapa de uma armadilha muito comum aos episódios de antologia, a incapacidade de concisão, mas perde pontos por narrar uma história simplória demais, com soluções pouco convincentes e personagens caricatos. A maquiagem de Greg Nicotero e sua equipe proporciona os melhores momentos do episódio. Eisner, o diretor, é o responsável pela refilmagem de <span style="font-style:italic;">The Crazies</span> (2010), de George Romero. <br /><br /><span style="font-weight:bold;">Às Voltas com o Passado</span><br />Um pouco mais interessante é o segundo episódio, com Eric Roberts no papel de um policial que detesta armas de fogo e orgulha-se de nunca tê-las usado em serviço, mas que trata os suspeitos de crimes com abominável violência. Quando acaba matando um deles durante um interrogatório, é afastado do serviço e começa a trabalhar como detetive particular, encarregado por esposas traídas de flagrar seus maridos infiéis. Um dia, é contratado por uma mulher desconfiada de que o marido leva amantes para casa durante sua ausência. Ela pede que o detetive observe o seu marido a partir de uma casa abandonada do outro lado da rua, mas, lá, ele passa a ter uma série de visões estranhas relacionadas ao seu obscuro passado.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Às Voltas com o Passado</span> inicia muito bem, mas decai justamente em seu clímax, passando de narrativa gótica a uma história quase convencional de vingança, não fosse a marcante presença do sobrenatural. Uma cena memorável, assustadora, entremeia estes níveis. O personagem de Eric Roberts, decididamente maldito fragilizado por uma culpa infantil, é, certamente, um dos melhores da antologia.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-1696209014871558602010-03-14T16:43:00.005-03:002010-03-27T20:42:15.930-03:00O Lobisomem (2010)Primeiramente, gostaria de pedir desculpa aos possíveis leitores pela ausência. Eu voltei à faculdade esse semestre e está um pouco difícil arrumar tempo para assistir a filmes e escrever. Mas acredito que seja apenas uma questão de adaptação à nova rotina. Tentarei manter o blog sempre atualizado com críticas, notícias, vídeos e quaisquer outras coisas relacionadas ao horror. Sem mais desculpas, aí vai meu comentário sobre <span style="font-style:italic;">O Lobisomem</span>:<br /><br />No final do século XIX, na Inglaterra vitoriana, Lawrence Talbot recebe uma carta da esposa de seu irmão, com um pedido: seu marido desapareceu e ela necessita da ajuda do cunhado para procurá-lo. Lawrence retorna à casa do pai, lugar que não freqüentava desde que presenciara a estranha morte da mãe. Lá, descobre que, durante a viagem, seu irmão foi encontrado morto, assassinado por uma terrível besta, pela qual Lawrence também é atacado, mas consegue sobreviver. Uma cigana revela que ele sofre agora de uma maldição da qual só a mulher amada pode livrá-lo.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw_1_VTDsUBBLsOP7zhLFPEJKMObIVvwx0kmfJ2s3O98bofZC2fT9BL1cL-gQ9uFmI6ahDlpruN4Yj7kBmymrf_3VOGIDEjnEq7hkJlXjrEggXrN1R_Z4lHZcYiF7zID_pPCvXS1S8o08/s1600-h/Lobisomem.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 173px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw_1_VTDsUBBLsOP7zhLFPEJKMObIVvwx0kmfJ2s3O98bofZC2fT9BL1cL-gQ9uFmI6ahDlpruN4Yj7kBmymrf_3VOGIDEjnEq7hkJlXjrEggXrN1R_Z4lHZcYiF7zID_pPCvXS1S8o08/s320/Lobisomem.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5448578235149434642" /></a><br /><br />Comum em tramas que exploram o folclore dos lobisomens, logo de início percebe-se o contraste entre a suposta ignorância provinciana e o soberbo e racional comportamento metropolitano, que consiste em desconsiderar hipóteses sobrenaturais. Aspecto pertinente, já que a maioria das lendas que povoam o imaginário infantil e adulto são originadas de pequenos centros rurais. Hugo Weaving representa um arrogante detetive vindo da capital, que, como todos os outros personagens da trama, são superficiais e caricatos. A atuação de Benicio del Toro (que, ironicamente, interpreta um respeitado ator shakespeariano) parece um arremedo da performance de Lon Chaney Jr. em <span style="font-style:italic;">O Lobisomem</span> (1941), que já não era das melhores. Anthony Hopkins repete o papel cada vez mais comum de velho astuto e impassível que interpreta desde a sua marcante participação em <span style="font-style:italic;">O Silêncio dos Inocentes</span> (1991).<br /><br />A geral falta de ambição do enredo e as soluções simplórias escolhidas para diversas situações são típicas de alguns filmes infanto-juvenis ruins. Até mesmo a ambientação em Londres do período vitoriano, cujo apelo poderia ser um grande atrativo, possui caráter meramente ilustrativo, apenas icônico. As tentativas de momentos climáticos são mínimas, o que torna difícil provocar emoções como suspense ou medo, sendo mais comuns apenas alguns covardes sustos provocados pela trilha sonora.<br /><br />Para o fã do <span style="font-style:italic;">gore</span>, a diversão é garantida. Os efeitos computadorizados e a maquiagem realista de Rick Baker tornam possível um lobisomem convincente, de formas mais humanas, mais parecidas com a caracterização de Chaney Jr. do que com o monstro que lhe rendeu um Oscar, em <span style="font-style:italic;">Um Lobisomem Americano em Londres</span> (1981).Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-14312479483349890722010-03-13T20:42:00.003-03:002010-03-13T20:57:14.688-03:00Fantaspoa 2010: comunicado sobre três diferentes assuntosPrezados,<br /><br />Daqui a quatro meses estará ocorrendo o VI Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre. Em virtude disso, estamos enviando o seguinte e-mail para tratar de três assuntos: (1) a submissão de curtas-metragens para seleção; (2) a programação do festival de 2010; e (3) a continuidade do festival após o ano de 2010.<br /><br />(1) <span style="font-weight:bold;">Inscrições Abertas para curtas-metragens:</span><br /><br />O <span style="font-weight:bold;">Fantaspoa</span> está com inscrições abertas para a mostra competitiva de curtas-metragens. As inscrições vão até o dia 15 de abril. Podem ser submetidos filmes realizados após 2006 e dos gêneros fantasia, ficção-científica, horror e suspense. Para maiores informações, entre em contato pelo e-mail fantaspoa@fantaspoa.com<br /><br />(2) <span style="font-weight:bold;">A Programação do Festival de 2010:</span><br /><br />Aqueles que acompanham o evento se surpreenderão com a programação que iremos apresentar em 2010. A <span style="font-weight:bold;">Competição Internacional</span> contará com uma série de títulos de grande importância que vem marcando presença em alguns dos mais importantes festivais de cinema do mundo (de gênero fantástico ou não). Uma maior diversidade de gêneros estará presente, assim como de países. As mostras paralelas serão bem variadas e o que podemos adiantar é a presença do renomado diretor italiano Luigi Cozzi. Entre os dias 06 e 09 de julho, ele fará uma série de palestras. Cozzi dirigiu mais de 15 longas-metragens (dentre eles, “Starcrash”, “Alien Contamination” e “Paganini Horror”) e trabalhou com atores como David Hasselhoff, Caroline Munro, Lou Ferrigno, Klaus Kinski e Donald Pleasence. Também escreveu roteiros de filmes realizados por colegas talentosos, como Dario Argento, Lamberto Bava e Joe D’Amato. Dentre uma série de outras mostras, o VI Fantaspoa exibirá uma mostra retrospectiva do trabalho de Luigi, contendo 12 de suas obras.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">E o ponto principal:</span><br /><br />(3) <span style="font-weight:bold;">A Continuidade do Festival após o Ano de 2010:</span><br /><br />Inicialmente queremos esclarecer que sabemos que algumas pessoas não apreciam o nosso festival, seja pelos filmes que exibimos, ou pelo fato de exibirmos a maioria dos filmes em DVD e em Blu-Ray. Somente queríamos deixá-los a par do fato que recentemente fizemos um levantamento de custos para podermos trazer filmes em 35 MM esse ano. Como nenhum dos filmes que exibimos possui cópias no Brasil, a média de frete (ida e volta) da Europa e EUA, é de aproximadamente R$10.000,00 POR filme. Além disso, existe a cobrança de taxas para exibição de uma série de filmes. Por exemplo, poderíamos exibir um dos filmes vencedores do festival de Cannes esse ano e, além do valor do frete, teríamos que pagar uma fee (taxa de exibição) de R$2.500,00.<br /><br />Já lemos em diversos sites e blogs reclamações sobre a nossa programação e que deveríamos trazer uma série de filmes, dentre os quais podemos citar somente alguns: Martyrs, The Children, Frontier(s), Dead Snow, ZMD e Must Love Death. O que as pessoas não sabem é que nós TENTAMOS trazer cada um desses filmes e todos se enquadram no caso acima. Ou seja, além de uma fee exorbitante, a obrigatoriedade da exibição em película.<br /><br />Para aqueles que conhecem mais de perto o nosso evento sabem que realizamos o mesmo com auto-investimento e que o nosso orçamento total gira em torno de R$25.000,00 e que, portanto, pagar fees de R$2.500,00 ou trazer filmes em outras mídias se tornam inviável. Além disso, as salas que utilizamos não possuem projetores de HDCam nem Digibeta. Além do valor que investimos a fundo perdido, temos todo o trabalho de produzir o festival, selecionar e legendar cada um dos filmes. Nós não temos nenhum apoiador/patrocinador, público ou privado que cubra os gastos do festival e os mesmos se tornaram altos demais para continuarmos com o projeto.<br /><br />Estamos tentando aprimorar o nosso evento, apesar da dificuldade de receber qualquer apoio e patrocínio realmente significativo. Pelo segundo ano estamos inscritos na Lei Rouanet e apesar de contatarmos uma série de empresas, não estamos conseguindo nenhum tipo de apoio.<br /><br />Se por acaso você conhece alguma empresa que possa nos apoiar, peço que nos passem o contato do responsável, para que possamos enviar o nosso projeto para eles. Um evento independente, que em uma cidade como Porto Alegre, nas salas do centro, leva 6.000 espectadores ao cinema ao longo de somente dezoito dias não deveria simplesmente deixar de existir. E infelizmente isso acontecerá caso a situação não mude em 2010.<br /><br />Nós realmente precisamos de apoio <span style="font-weight:bold;">urgente</span> para que o festival não seja cancelado, e o apoio necessário é financeiro. Você pode ajudar publicando essa mensagem em seu site, blog ou enviando para os amigos.<br /><br /><span style="font-style:italic;">João Pedro Fleck e Nicolas Tonsho</span><br /><a href="http://fantaspoa.wordpress.com/2010/03/12/3-diferentes-assuntos/">Blog</a> do Fantaspoa.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-1637638415485287352010-02-17T00:28:00.007-03:002011-02-04T19:25:44.890-03:00Coraline e o Mundo Secreto (2009)<span style="font-weight:bold;">Preto é tradicional.</span><br /><br />Coraline é uma garotinha que se muda na companhia dos pais para uma casa centenária. Abandonada por eles, os quais trabalham exaustivamente em um catálogo de jardinagem, a menina se sente constantemente entediada e tenta se distrair explorando a velha casa e seus arredores, e conhecendo melhor seus excêntricos vizinhos. O morador de cima é um velho russo bêbado que acredita possuir um maravilhoso circo de camundongos saltadores. As outras inquilinas não ficam muito atrás: são duas antigas divas do teatro, hoje atrapalhadas e completamente depravadas.<br /><br />Durante a noite, Coraline é atraída por um camundongo a uma pequena porta que mais cedo encontrara vedada com tijolos. Para a surpresa da menina, a porta está aberta e possui um túnel que a leva a outra dimensão: um mundo bem parecido com o seu, mas em que “tudo é certo”. Neste lugar, os seus pais dedicam-se à ela integralmente, o velho russo realmente possui um circo de camundongos amestrados e as vizinhas são atrizes bonitas e talentosas. A vida da menina fora cuidadosamente observada por sua “outra mãe” através de uma boneca de pano.<br /><br />Mas é claro que um mundo perfeito não sairia de graça. Em troca daquela realidade aparentemente ideal, Coraline deve permitir que costurem um par de botões no lugar dos seus olhos, entregando sua própria vida e esquecendo o seu nome.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDn_wrHjb0QyEYJN6vry4r-W5RZFokVqf4_WJ0qW0qGviiAha1oBR48jub4UZFHSAo8MWaOBEEU3lkd0ROidqSfU5YvRS22CUFuuRBTdhZuLZNj_p4FGze0CfjtPVAOOgOeoXmYzVDxX4/s1600-h/Coraline.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 166px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDn_wrHjb0QyEYJN6vry4r-W5RZFokVqf4_WJ0qW0qGviiAha1oBR48jub4UZFHSAo8MWaOBEEU3lkd0ROidqSfU5YvRS22CUFuuRBTdhZuLZNj_p4FGze0CfjtPVAOOgOeoXmYzVDxX4/s320/Coraline.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5439050263490530034" /></a><br /><br />Um dos detalhes que mais me chamou a atenção em <span style="font-style:italic;">Coraline</span> foi a importância do nome. Logo no início, a pequena protagonista revela ficar extremamente incomodada quando a chamam de Caroline, ao invés de Coraline. Ainda mais ofensivo, um dos personagens reforça “dizem que não dá para ter grandes expectativas sobre pessoas de nomes comuns como o seu, Caroline”. Como em <span style="font-style:italic;">A Viagem de Chihiro</span> (2001), outro grande filme sobre uma pequena heroína às voltas num arriscado mundo adulto, o nome de um indivíduo é equivalente à sua personalidade, bem como à sua liberdade, de forma que, quando tem o nome roubado, torna-se indefeso e manipulável.<br /><br />Crianças são alvos fáceis. São curiosas, inquietas, inconformadas, sempre insatisfeitas. A porta que Coraline atravessa é pequena, não é adequada para um adulto. Adultos são desprovidos de imaginação. Porém, apesar do descontentamento de Coraline em relação à sua família e vizinhos, a menina é emancipada, indomável, e não aceita ser manipulada. Considero a boneca de pano um símbolo dos valores antigos, de uma infância idílica e, muitas vezes, regrada. Um item hoje raro entre os brinquedos infantis, quase uma curiosidade.<br /><br />Ultrapassando os limites do <span style="font-style:italic;">stop-motion</span>, Henry Selick finalmente sai da sombra do insosso e superestimado <span style="font-style:italic;">O Estranho Mundo de Jack</span> (1993) para adentrar o mundo dos sonhos e construir o seu próprio <span style="font-style:italic;">Alice no País das Maravilhas</span>, baseado numa novela de Neil Gaiman. Além de uma bela e macabra parábola sobre a construção do caráter, Selick criou um lindo mundo em miniatura, confeccionado à mão de forma muito especial por uma equipe dedicada. Destaque ainda para a trilha sonora perfeita de Bruno Coulais, premiada no último dia 08 com o Annie Awards, o principal prêmio da animação mundial.<br /><br />No interativo <a href="http://www.coraline.com">site do filme</a> é possível curtir mais um pouco do universo de <span style="font-style:italic;">Coraline</span> e conferir fotos e vídeos sobre como o filme foi feito.<br /><br />Outro extra imperdível é este vídeo de Neil Gaiman falando sobre botões, adorável (para alguns, nem tanto) artefato:<br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/6HD5yh8ar2I&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/6HD5yh8ar2I&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object>Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-81554355331318046672010-02-07T23:17:00.007-03:002010-02-07T23:40:11.411-03:00Trilogia do Terror (1993)<span style="font-weight:bold;">Uma visita ao necrotério.</span><br /><br />Uma jovem consegue trabalho em um posto de gasolina e passa a noite sozinha no lugar, apavorada, enquanto um assassino está à solta fazendo vítimas pela cidade; um homem calvo obcecado pela idéia de ostentar madeixas esvoaçantes e saudáveis descobre pela televisão um tratamento capilar eficiente até demais; um jogador de beisebol perde o olho num acidente e é convencido por um médico a aceitar o olho de um doador misterioso – já falecido, claro. Após a cirurgia de transplante, o jogador começa a ter visões de mulheres mortas e passa a agir de forma violenta com a esposa.<br /><br />Estas três histórias integram <span style="font-style:italic;">Trilogia do Terror</span>, telefilme em episódios dirigidos por John Carpenter e Tobe Hooper. Além de dirigir, Carpenter interpreta um descontraído médico legista que, em um necrotério, apresenta as histórias com muito humor negro, à maneira do Guardião da Cripta, no quadrinho de horror <span style="font-style:italic;">Cripta do Terror</span>. Aliás, Carpenter assemelha-se ao clássico e ultrajante personagem também fisicamente, num trabalho impressionante de maquiagem de Rick Baker. Diferente das divertidas apresentações, os episódios oscilam entre simplório e pretensioso em demasia.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKOGLpuR_c1QYUzJE1l4VUMaUOQB3mIPX2qXIMkM8DgetgOZpP40slykMyykPyIiNBZ46FDAEu7XcNkeosTVhnNSu7ujzietFJxaDQlr0_6wLEjFYfffA-LBHagvLsDuipuQ-IB5326yA/s1600-h/Body+Bags.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 295px; height: 193px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKOGLpuR_c1QYUzJE1l4VUMaUOQB3mIPX2qXIMkM8DgetgOZpP40slykMyykPyIiNBZ46FDAEu7XcNkeosTVhnNSu7ujzietFJxaDQlr0_6wLEjFYfffA-LBHagvLsDuipuQ-IB5326yA/s320/Body+Bags.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5435695439705811794" /></a><br /><br />O primeiro deles, “O Posto de Gasolina”, é provavelmente o melhor da antologia, enquanto sustentado por puro suspense, mas não demora a ficar agitado e cheio de pseudo-surpresas, tendo, por fim, uma conclusão piegas. Particularmente, gostei de rever o ator David Naughton, de <span style="font-style:italic;">Um Lobisomem Americano em Londres</span> (1981), um dos meus filmes de horror mais estimados (imagino que de muitos leitores do blog também), apesar de suas participações especiais em filmes de horror não serem exatamente raras.<br /><br />Participações especiais. Este filme é cheio delas. Foi algo que me agradou, de início. Pareceu um curioso bônus ver gente como Wes Craven, Sam Raimi e o próprio David Naughton já no primeiro episódio, mas torna-se perceptível que o filme vale-se unicamente dessa vitrine de celebridades. As participações especiais são a principal atração de <span style="font-style:italic;">Trilogia do Terror</span>, e a seguir nota-se o imperdoável: devido a isto, mínima atenção é dada às narrativas.<br /><br />“Cabelo”, a história seguinte, surge para não deixar qualquer dúvida disto. Vazia e simplória, tem a cantora Deborah Harry e o pobre David Warner em papéis constrangedores, mas não mais do que o de Stacy Keach (o careca frustrado), é claro. “O Olho”, diferente do episódio anterior, tem uma proposta um pouco mais complexa, mas perde-se em sua pretensão ao tentar ultrapassar os limites da curta metragem, numa história confusa e moralista, cheia de citações bíblicas. Personalidades como Roger Corman e a modelo Twiggy atuam neste segmento.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-34046077330587888082010-01-30T23:00:00.006-03:002010-01-30T23:19:24.232-03:00Zombie 2: A Volta dos Mortos (1979)<span style="font-weight:bold;">A vida como maldição.</span><br /><br />Um barco desgovernado chega a Nova Iorque aparentemente vazio. Quando dois policiais sobem a bordo para investigá-lo, são atacados por um homem com uma estranha moléstia, comedor de carne humana. Preocupada com o sumiço do pai, a filha do proprietário do barco viaja a ilha tropical de Matul com um repórter curioso que acabara de conhecer. Na ilha, um médico tenta descobrir o mistério por trás de um bando de cadáveres que, sem qualquer explicação, voltam à vida.<br /><br />Quando me falavam de <span style="font-style:italic;">Zombie 2</span>, limitavam-se a contar sobre a famigerada cena com o tubarão (ainda bem). Qual não foi a minha surpresa quando finalmente assisti ao filme e pude tirar minhas próprias conclusões. Inicialmente, estranhei o começo lento, com atuações um tanto fleumáticas, sem qualquer sinal de crescimento. Isto me fez pensar na importância da introdução de um filme, crucial para despertar um primeiro interesse no espectador, mas em seguida percebi que este ritmo seria mantido por toda a metragem.<br /><br />Diferente da agitação desenfreada comum aos filmes de zumbis, cada cena de morte é um espetáculo solitário (tendo, talvez, como um dos objetivos destacar a maquiagem de Giannetto de Rossi), muitas vezes com detalhes de encher os olhos, como na cena em que uma vítima, na tentativa de escapar do ataque de um morto-vivo, empurra uma porta contra ele. Em uma parede, o reflexo da luz que vem de fora aumenta lentamente, conforme a vítima perde a luta.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgARIB8ydJNBPM07JDURQdnd195xBPOw8Zn-23lCHDzfbEIq0UyvVrDjjk5iDO7_q5juCIkczEm8gQbncC_8WvIrdLyc8Xf0N35jO6LlKTo5Q3eHV71TLrk7yNMdRed9pzJ2gnC-qNh9TE/s1600-h/Zombie+(Fulci,+1979).jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 139px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgARIB8ydJNBPM07JDURQdnd195xBPOw8Zn-23lCHDzfbEIq0UyvVrDjjk5iDO7_q5juCIkczEm8gQbncC_8WvIrdLyc8Xf0N35jO6LlKTo5Q3eHV71TLrk7yNMdRed9pzJ2gnC-qNh9TE/s320/Zombie+(Fulci,+1979).jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5432719142700231682" /></a><br /><br />Aliás, uma forte atmosfera de fracasso e desesperança domina o filme. Richard Johnson (que também fizera um doutor em <span style="font-style:italic;">Desafio do Além</span>, 1963) interpreta o médico desesperado com os maus resultados de sua pesquisa, e que recusa a aceitar qualquer explicação mística ao acontecimento, no freqüente conflito entre ciência e religião. <br /><br />O pessimismo e a poesia de <span style="font-style:italic;">Zombie 2</span> me lembraram em alguns momentos um dos melhores filmes do gênero: <span style="font-style:italic;">A Morta-Viva</span> (1943), também ambientado em uma ilha tropical. São ainda comuns aos dois filmes os personagens malditos, como se a vida (ou a entre-vida) fosse uma espécie de maldição e, a morte, desejada.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-83785745319649364882010-01-24T00:51:00.010-03:002014-03-15T19:53:53.594-03:00Hausu (1977)<span style="font-weight: bold;">Outros príncipes imperfeitos.</span><br />
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Com a chegada das férias, a adolescente Oshare planeja viajar com o pai, um respeitado compositor de trilhas sonoras, enquanto suas amigas da escola pretendem ir com um professor a um acampamento. Quando Oshare é informada pelo pai, por quem nutre uma paixão edipiana, de que viajarão na companhia da noiva dele, a menina se rebela e retoma o contato com uma tia, irmã de sua falecida mãe. O projeto de acampamento de suas amigas também falha, e Oshare as convida a ir passar as férias junto dela na casa de campo da tia. Chegando ao estranho lugar, o grupo é recebido pela mulher, uma senhora solitária e misteriosa. Aos poucos, a casa revela-se extremamente perigosa, assassinando as meninas uma a uma, sempre de forma grotesca.<br />
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Cultuado mundo afora pela comédia amalucada, cenas surreais, <span style="font-style: italic;">gore</span> e sátira aos filmes de horror e artes marciais, <span style="font-style: italic;">Hausu</span> oferece muito mais do que isso. Por trás das atitudes <span style="font-style: italic;">non-sense</span> das personagens e da trilha sonora demasiado interferente, o filme possui uma visão fatalista sobre o amor e a entrega amorosa, propondo a desmistificação de certos contos de fada, que se tornaram, ao longo dos tempos, sinônimo de alienação e subordinação feminina.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigY-diAgjCCUNh_pu-Ir9Wx63GNL7Wc5WPD-F1QwWH88TB6LpRw8_RIj2Y_5Es-YIOuKDfHLh9bc8iawkk5yzHmFoTUNFqBNa9QquqFR11dsSBjLFDCs6w7gthSUXIGpleuwWVq9wqW2M/s1600-h/Hausu_jpg_595x325_crop_upscale_q85.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigY-diAgjCCUNh_pu-Ir9Wx63GNL7Wc5WPD-F1QwWH88TB6LpRw8_RIj2Y_5Es-YIOuKDfHLh9bc8iawkk5yzHmFoTUNFqBNa9QquqFR11dsSBjLFDCs6w7gthSUXIGpleuwWVq9wqW2M/s320/Hausu_jpg_595x325_crop_upscale_q85.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430149884942968002" style="cursor: hand; cursor: pointer; display: block; height: 174px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a><br />
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<span style="font-style: italic;">Um dos momentos marcantes de</span> Hausu: <span style="font-style: italic;">devaneios de uma cabeça decepada.</span></center>
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Mas não espere por um filme feminista. <span style="font-style: italic;">Hausu</span> se apropria da característica tipicamente setentista da exploração. Coloca em conflito dois gêneros de destaque naquela década, os já citados filmes de horror e de artes marciais. Uma das personagens, uma menina apelidada de “Kung Fu”, protagoniza algumas das cenas mais absurdas e divertidas, trocando golpes com lustres e outros objetos movidos pelo sobrenatural. O sexo também é outro meio de exploração aqui, com as jovens atrizes tendo seus pequenos seios gratuitamente exibidos, além de lutar Kung Fu durante todo o filme usando apenas uma blusa e um shortinho. Em uma cena mais sofisticada, pode-se ver o conteúdo por baixo das camisolas das mocinhas através de um efeito de “chão transparente”, com a câmera filmando de baixo para cima. <br />
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Alguns outros efeitos são bastante interessantes, entre eles o <span style="font-style: italic;">flashback</span> em formato de filme mudo, com as personagens comentando as ações dos sub-personagens, como se realmente assistissem a um filme, interessadas no que viria a seguir. É neste pequeno filme em preto e branco que conhecemos a personalidade amargurada da tia de Oshare, uma mulher cujo marido, ao ser convocado para a Segunda Guerra Mundial, prometeu voltar para casa, mas morreu em combate. Ainda no <span style="font-style: italic;">flashback</span>, um efeito lembrou-me a cena de amor protagonizada por Rose McGowan e Freddy Rodríguez em <span style="font-style: italic;">Planeta Terror</span> (2007), com a película incendiando tamanha a sensualidade do momento.<br />
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<span style="font-style: italic;">Hausu</span> é uma parábola irônica e caótica sobre o amadurecimento, o amor e a decepção amorosa, um espetáculo visual de efeitos um tanto artesanais, com uma bela fotografia e atuações contidas dentro de um universo extremamente caricato. Um filme a ser redescoberto.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-27173606517427053882010-01-19T06:00:00.012-03:002011-02-04T19:26:14.669-03:00Contos do Dia das Bruxas (2008)<span style="font-weight:bold;">Poucos doces e muitas travessuras.</span><br /><br />Há algum tempo li sobre <span style="font-style:italic;">Contos do Dia das Bruxas</span> no IMDB e fiquei ansiosa, aguardando pelo lançamento do filme no país. Porém, ele nunca fora lançado nos cinemas, sendo distribuído diretamente em DVD. Em uma visita recente à locadora, encontrei o filme na prateleira e o trouxe para casa.<br /><br />Tendo como ambientação o Dia das Bruxas, claro, são narradas cinco curtas histórias: na introdução, um casal desaforado apaga a vela de uma abóbora antes da meia-noite e é atacado; na primeira história, uma turma de moças insiste para que a mais jovem delas perca a virgindade, expondo a menina aos caprichos de um estranho; em outra, um garoto é assassinado brutalmente ao entrar numa casa à procura de doces; na história seguinte, um grupo de crianças visita uma pedreira abandonada para homenagear os mortos em um acidente; e, no último conto, um velho rabugento recebe a visita de um célebre personagem da data.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-JF4qv7_ocr_sG34Oxra7kwAhHGyyFqWneWgn_wYLerFVVEKRfGYQACKUgdlxgdPKWjc-rKCD4GaLpOyf30RWhww7ZewEkwcSC_FRqWRonjSjoX8wwfez2b-UPDTii51CHZXiAWv2e7k/s1600-h/trickrtreatpic10.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-JF4qv7_ocr_sG34Oxra7kwAhHGyyFqWneWgn_wYLerFVVEKRfGYQACKUgdlxgdPKWjc-rKCD4GaLpOyf30RWhww7ZewEkwcSC_FRqWRonjSjoX8wwfez2b-UPDTii51CHZXiAWv2e7k/s320/trickrtreatpic10.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5428375188300340370" /></a><br /><br /><center><span style="font-style:italic;">Anna Paquin fantasiada de Chapeuzinho Vermelho.</span></center><br /><br />Integrando o atraente elenco de <span style="font-style:italic;">Contos do Dia das Bruxas</span> estão Anna Paquin e Dylan Baker. Este, que faz aqui um assassino de crianças, interpretou um pedófilo em uma de suas atuações mais corajosas, no zombeteiro <span style="font-style:italic;">Felicidade</span> (1998), de Todd Solondz; ela, ganhadora do Oscar de atriz coadjuvante com apenas 11 anos, por <span style="font-style:italic;">O Piano</span> (1993), é mais carismática do que talentosa, mas tem se destacado pela famosa série televisiva <span style="font-style:italic;">True Blood</span>. Michael Dougherty, roteirista dos arrasa-quarteirões <span style="font-style:italic;">X-Men 2</span> e <span style="font-style:italic;">Superman: o Retorno</span>, faz com este filme de horror sua estréia no longa-metragem. Em 1996, o diretor realizara um curta chamado <span style="font-style:italic;">Season’s Greetings</span> (assista logo abaixo), uma macabra animação que já versava sobre o tema do Halloween. Apesar da pouca duração, o filme antecipa ainda uma característica bastante presente no primeiro longa de Dougherty: a reviravolta, a surpresa.<br /><br /><center><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/czlSc6kYegg&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/czlSc6kYegg&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object></center><br /><br />Uma solução ingênua, um tanto desgastada, mas ainda de efeito. Este e outros detalhes inevitavelmente remetem a quadrinhos como <span style="font-style:italic;">Tales From the Crypt</span> (no Brasil, <span style="font-style:italic;">Cripta do Terror</span>), deliciosa leitura sensacionalista publicada pela EC Comics nos anos 50. Também como nos quadrinhos, o filme possui boa dose de violência visual, morbidez, além de uma pitada de sensualidade (na verdade, ingredientes quase que indispensáveis para um filme de horror de sucesso desde a década de 60, com a internacionalização do gênero no cinema).<br /><br />Assim, <span style="font-style:italic;">Contos do Dia das Bruxas</span> já nasceu clássico. Resgata o horror sobrenatural, onírico, quase pueril (31 de outubro, aliás, é uma data de interesse essencialmente infantil). Um deleite em tempos de <span style="font-style:italic;">torture porns</span> que competem na categoria “realismo”, onde violência e drama se misturam na busca pelo choque, formando a nova vertente do horror. Mas o filme em questão não é apenas saudosista. Suas divertidas subtramas são conduzidas corretamente e se conectam em um final ameaçador com a pretensão de ensinar sobre os reais significados do Dia das Bruxas.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-48981752840986270722010-01-17T05:25:00.009-03:002010-01-17T06:13:10.299-03:00Premonição 4<span style="font-weight:bold;">Déjà vu.</span><br /><br />O que as pessoas esperam de <span style="font-style:italic;">Premonição 4</span>? Ou como gostariam que o filme fosse? Eu imaginava exatamente como ele seria (provavelmente vocês também) e, bem, o filme correspondeu às minhas expectativas.<br /><br />O cenário já foi um avião, uma rodovia, uma montanha-russa e, agora, um autódromo. Carros em alta velocidade, tábuas podres, paredes rachadas, parafusos frouxos, óleo derramado... Bastam alguns desses elementos para acontecer uma série de mortes em seqüência, uma verdadeira catástrofe. Mas o jovem Nick (Bobby Campo) tem uma premonição. Prevê o que acontecerá e evita sua morte e de seus amigos ao escapar com eles para longe do autódromo. Porém, a Morte não é facilmente enganada. Persegue os sobreviventes um a um, na ordem em que cada um deles morreria originalmente, para concluir sua tarefa interrompida. Resta a eles entender a estratégia da Morte e tentar lhe passar a perna mais uma vez através de planos nem sempre bem sucedidos.<br /><br />Sim, você já viu este filme. Exceto por alguns pequenos detalhes discrepantes, como, claro, uma nova gama de mortes, cada vez mais grotescas e explícitas. Elenco carismático, aqui, está em falta. Bobby Campo, o ator principal, é completamente inexpressivo e transparece extrema afetação na tentativa de uma interpretação mais intensa. Os melhores desempenhos, por incrível que pareça, são dos atores que formam o casal coadjuvante, antipático, mas que diverte com seus comentários tolos.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMRpj6PGaac5jYQzqKPucROrNWYm41bEL05pWqrgprc6XAEHy2QVHvauyJdMqhKiNbbfpVkNjOhGdfUdjTHAZ5_1GfXeCpkHFEIkgXAxScagTF2frfjV8R_r10Wp9L_PyFZqgt2rXkctU/s1600-h/final_destination_4_02.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMRpj6PGaac5jYQzqKPucROrNWYm41bEL05pWqrgprc6XAEHy2QVHvauyJdMqhKiNbbfpVkNjOhGdfUdjTHAZ5_1GfXeCpkHFEIkgXAxScagTF2frfjV8R_r10Wp9L_PyFZqgt2rXkctU/s320/final_destination_4_02.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5427622219541084642" /></a><br /><br /><center><span style="font-style:italic;">A Morte persegue sua vítima em um lava-a-jato.</span></center><br /><br />A comédia, aliás, é o ponto forte do filme. Felizmente, é mantido o bom humor da série que se auto-parodia desde o segundo exemplar. Os momentos cômicos aliviam um roteiro que, de tão vazio, é incômodo, e torna inevitável a sensação de que estamos sendo enganados, assistindo sempre ao retrocesso de um mesmo filme.<br /><br />Contudo, o título original traz um discreto, mas perceptível “the” no início, parecendo tratar-se do filme definitivo, o encerramento da franquia – seria esta, finalmente, “a” premonição? Isso é reforçado com um final sarcástico e pessimista, como se declarasse que foram necessários quatro exemplares para descobrir que, não, não é possível escapar da Morte. O ápice de <span style="font-style:italic;">Premonição 4</span> vai mais além na questão de estarmos sempre expostos ao risco da morte, sugerindo que uma ameaça real pode facilmente estar em uma sala de cinema. Lembrou-me da teoria de que o cinema de terror atrairia as pessoas por proporcionar a adrenalina de uma situação de risco, mas, ao mesmo tempo, os espectadores teriam a consciência de que estão protegidos. Bem, talvez não estejamos tão protegidos assim.<br /><br />Na minha opinião, seria bem-vindo um retorno da série com uma nova abordagem ou até novas regras. Poderia ser uma surpresa positiva. Mas, o que espera o público de um filme como este? Talvez sinta-se mais seguro sabendo o que esperar e tendo suas expectativas correspondidas.Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4907266389656868383.post-69703951847215620462010-01-12T05:29:00.013-03:002010-03-27T20:45:04.388-03:00Sherlock Holmes (2009)<span style="font-weight:bold;">Os Aventureiros de Londres.</span><br /><br />Enfrentei um verdadeiro dilema sobre escrever ou não um texto sobre <span style="font-style:italic;">Sherlock Holmes</span>. Os poucos comentários que li e ouvi foram sempre os mesmos, e quase sempre correspondiam ao que eu pensava. Eu não queria chegar aqui com um texto óbvio, mas aqui estou eu, torcendo para que o texto não esteja tão óbvio assim!<br /><br />Assim como a maioria dos fãs de mistério, cresci adorando histórias de detetives. Minha paixão evoluiu quando conheci os textos de Arthur Conan Doyle e seu personagem fascinante. Personagens fascinantes, aliás. Mesmo secundários, cada um dos personagens parecem pessoas perfeitamente possíveis, tamanha a complexidade de suas personalidades, com hábitos, manias e caracteres únicos.<br /><br />Fui mais uma entre os fãs conservadores que torceram o nariz ao saber da nova adaptação das histórias de Holmes às telas. O trailer só piorou minhas impressões ao enfatizar a faceta “macho man” do detetive, mas, ainda assim, me pareceu uma transição respeitosa.<br /><br />É complicado, depois de habituar-se à fisionomia de atores como Basil Rathbone e Peter Cushing, assimilar um Holmes como Robert Downey Jr., mas é possível. Seu Holmes é durão, excêntrico, palhaço e sentimental. Possui um sentimento, digamos, acentuado pelo amigo Watson, cujo noivado o incomoda fortemente. É deixada de lado a fleuma britânica e Holmes revela-se mais humano. Eu já disse durão?<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7FoXHpbvzGeX87bsBw7FT9Ged75IZu729bhrGJe4YSgZs-kiWPfIKFfPEmaeYnn787CW4GneZuEx66dAtQaOQJ0-cMxomazOawb-_ldp-jlL7DEjEf0Xhyphenhyphen-MNrRsy7jrvfp2AuySukXs/s1600-h/Sherlock.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7FoXHpbvzGeX87bsBw7FT9Ged75IZu729bhrGJe4YSgZs-kiWPfIKFfPEmaeYnn787CW4GneZuEx66dAtQaOQJ0-cMxomazOawb-_ldp-jlL7DEjEf0Xhyphenhyphen-MNrRsy7jrvfp2AuySukXs/s320/Sherlock.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5425768095140484194" /></a><br /><br /><center><span style="font-style:italic;">Holmes sempre pronto para a porrada.</span></center><br /><br />Destaque em demasia é dado às cenas de luta, sempre presentes nos momentos mais importantes da narrativa, mas, o que esperar de um filme de Guy Ritchie? A capacidade de dedução de Holmes aliada a golpes contundentes e muita câmera lenta, para o espectador poder apreciar em detalhes o monte de ossos quebrados. <br /><br />A trama, sobre o líder de uma seita de magia negra e o seu retorno da tumba, beira o infantil. Não pelo suposto teor sobrenatural, claro, mas porque não há qualquer aprofundamento; o inimigo que supostamente apavora a população londrina não transparece qualquer ameaça. Como bem lembrou o <a href="http://cinediario.blogspot.com">Ailton</a>, este tipo de vilão é característico da saga infanto-juvenil <span style="font-style:italic;">Harry Potter</span> (com todo o respeito a Ralph Fiennes). Já as cenas de aventura possuem a complexidade e o teor recreativo da série <span style="font-style:italic;">Piratas do Caribe</span>, com ações tão rápidas, que confundem os olhos do pobre espectador despreparado.<br /><br /><span style="font-style:italic;">Sherlock Holmes</span> entretém. Afinal, seria necessário um enorme empenho coletivo para fazer com que uma adaptação sobre o detetive mais interessante da literatura mundial fosse por água abaixo. Mas, honestamente, eu estava ansiosa por momentos climáticos, menos agitados, por mais atenção às investigações, aos assassinatos; um mistério instigante. O que obtive foi uma história de ação e aventura que quase remete aos filme de Chuck Norris (que não respeito coisa nenhuma).Beatriz Saldanhahttp://www.blogger.com/profile/07881125145979061820noreply@blogger.com20